sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Bom Dia

Resposta do Governador Sartori


O jornalista David Coimbra publicou um comentário criticando a postura do governador José Ivo Sartori,
na edição de ontem (3) de ZH. Como também tenho feito alguns comentários sobre o que está acontecendo em relação ao parcelamento de salários dos funcionários públicos, publico a resposta que o governador enviou ao jornalista, para que todos tenham conhecimento dos dois lados. Boa leitura e tenham todos um Bom Dia!


Caro David
Em 38 anos de vida pública, é a primeira vez que escrevo para comentar o texto de um jornalista, mas quero contribuir com a reflexão que fizeste sobre a situação de emergência financeira em que se encontra o Estado.
É verdade que, desde o primeiro dia, procuramos agir com transparência. Abrimos os números das finanças detalhadamente, como nunca ocorreu na história. Em vez de jogar pedras no passado, decidimos comunicar a crise com verdade – sem falso otimismo, nem falso pessimismo. Foi uma decisão política que tomei, mesmo que muitos quisessem uma postura mais crítica. Pedras funcionam melhor para construir do que para destruir, eu acredito nisso.
Mas, diferente do que escreveste, não é decisão minha fazer com que as pessoas vivam qualquer espécie de drama. Não é questão de escolha. Quem impôs o drama foi a situação do Estado, não a minha vontade. Ninguém jamais faria a insensatez de causar sofrimento aos seus irmãos, muito menos eu.
David, a ampliação do uso dos depósitos judiciais está sendo negociada desde o primeiro dia do governo. Mas não é verdade que isso resolve o problema. Não é mesmo! Esse dinheiro não é do Estado, e sim de pessoas que estão com ações na Justiça. Além disso, o juro que se paga por ele é exorbitante. Para teres uma ideia: neste ano, pagaremos quase o valor referente a uma folha do funcionalismo, cerca de R$ 1 bilhão, por causa dos juros dos saques feitos anteriormente.
Quanto ao relacionamento com a União, lembro que estamos na luta federativa em favor do Rio Grande do Sul desde o primeiro dia do nosso mandato. Procuramos agir com equilíbrio político e jurídico, tanto que ingressamos com uma ação no STF. Ser duro nem sempre é fazer espetáculo ou jogar para a torcida. Os que escolheram esse caminho não chegaram a lugar algum em termos de resultado.
Não podemos pensar em governar o Estado como se isso fosse uma corrida de 100 metros. Temos uma longa maratona pela frente, e sabemos que os primeiros passos são os mais pesados. Fazer o equilíbrio financeiro não é obra para um homem só, tampouco para um governo só. Mas nós vamos fazer a nossa parte, estejas certo.
Para mim, política e pessoalmente, teria sido mais simples repetir algumas fórmulas já adotadas. Mas foi essa repetição de erros que levou o Estado ao esgotamento financeiro em que se encontra. Sei o preço das escolhas que fizemos, mas prefiro plantar uma semente de mudança no Estado a entrar para história como um falso herói.
Na campanha, me comprometi a fazer o que precisa ser feito. Já temos mais de 40 iniciativas apresentadas, entre projetos de lei, emendas constitucionais, decretos e medidas administrativas. Elas contêm mudanças de curto, médio e longo prazo. E serão seguidas por muitas outras propostas que ainda apresentaremos à sociedade gaúcha.
O salário do governador, do vice e de todas as pessoas vinculadas ao Executivo também está parcelado. O parcelamento da folha dos servidores não é um ato de vontade. O nosso ato de vontade, isto sim, é fazer com que tal situação nunca mais precise ocorrer.
Nosso projeto de futuro é recuperar o setor público e sua capacidade de investimento, o que vai beneficiar especialmente os pobres, quem mais precisa do Estado. O Rio Grande do Sul tem grandes potencialidades, um povo empreendedor e trabalhador. O que nos falta é tornar o governo um agente a favor do desenvolvimento, e não um obstáculo. Vamos permanecer ao lado do setor produtivo, atrair empresas, destravar a burocracia, tornar as estruturas mais eficientes, modernizar a gestão.
Por isso eu espero, sinceramente, que a solidariedade vença a rivalidade. Somos uma família, estamos do mesmo lado. Juntos, vamos vencer as dificuldades. Sempre pensando em todos. O bem comum é a esperança que nos move. Todos pelo Rio Grande.
Fraterno abraço,
José Ivo Sartori

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