O berro dos inconformados!
Nem precisaria dizer o que já disse tantas vezes, mas vou
repetir até para não permitir que os menos avisados tentem me chamar daquilo que
não sou. Não sou a favor de aumento de impostos. Não sou a favor do
parcelamento de salários. Nem no município, nem no Estado e nem no Brasil. Sou
contra.
Mas não consigo ser cego e surdo diante da realidade
econômica que tomou conta, principalmente do Brasil e que se espalhou por
estados e municípios.
Estamos vivendo, em todos os níveis, uma situação de
calamidade com governantes sem nenhuma possibilidade de administrar os parcos
recursos que sobram, se é que sobram, no fundo dos cofres públicos.
Tanto é verdade, que o governo federal enviou na tarde de
ontem (22) uma PEC recriando a CPMF, ou seja, um imposto que será pago por
todos os brasileiros. Ao mesmo tempo, criou uma série de impostos que se refletirão
ainda mais nos já exauridos bolsos dos contribuintes.
A posição da presidente Dilma Rousseff (PT) e seus
assessores, deixa claro que não existe outra saída para conseguir tapar o rombo
econômico a não ser a criação de novos tributos. Vão buscar dinheiro de onde?
Coitado do contribuinte, que sempre acaba pagando por erros que não cometeu.
Aqui no Estado, não é diferente. O governador José Ivo
Sartori (PMDB) parcelou o salário do funcionalismo e mandou para a Assembleia
Legislativa um pacote de medidas incluindo o aumento de 1% no ICMS. Avisou,
inclusive, que se o aumento não fosse concedido, não conseguiria pagar, nem
parceladamente, o salário do funcionalismo no próximo mês.
Depois de muita confusão, muita briga, muita greve, os
deputados gaúchos aprovaram, com a diferença mínima, o aumento do tributo.
Foram 27 votos favoráveis e 26 contra, com o governo contando com votos de dois
deputados que foram exonerados momentaneamente de secretarias que ocupam no
governo e assumiram suas cadeiras no Legislativo. Uma manobra absolutamente comum,
que alguns não entendem assim, em qualquer votação de interesse do governo. Ou
será que foi a primeira vez que isso foi feito?
A bancada do PDT, que se manifestou contrária ao aumento,
condicionou seu voto ao aceite de um prazo determinado para a vigência do
aumento do ICMS. Atendida em sua reivindicação, votou favoravelmente. Alguma
irregularidade nisso?
Hoje pela manhã, quando vinha para o Centro, ouvi um
programa de uma emissora que pertence a uma empresa que tem feito campanha
sistemática contra o Sartori, única e exclusivamente por não ter sido beneficiada
com as gordas verbas publicitárias do Estado. Confesso que chegou a ser
ridículo o jogral feito pelos apresentadores enquanto informavam quem votou a
favor e quem votou contra. Desesperados para cumprir uma possível determinação
superior, usaram todo o tipo de argumentos para tentar provar que estavam
certos e que se consideravam superiores aos que são contra o aumento de
impostos. Ridículos.
Aliás, falando em se posicionar contra o aumento de
impostos, achei interessante que um deputado do PT, durante a discussão sobre a
matéria, indagado por um peemedebista se ele, que era contra o aumento do ICMS
aqui, era favorável ao aumento da CPMF, ofereceu uma resposta no mínimo
estapafúrdia. Disse o petista que “o aumento do ICMS era para salvar um
governador, diferente da CPMF que é para salvar o Brasil”. Cara de pau ele,
não?
A se concretizar o que disse o governador, com a aprovação do aumento do ICMS, os salários dos servidores serão pagos integralmente. Mas que as reclamações e protestos seguirão, não tenham dúvidas. Reclamar faz parte do DNA de alguns.
Desliguei o rádio e fiquei matutando sobre o que diziam os
apresentadores e concluí que se tratava do berro dos inconformados.
Tenham todos um Bom Dia!
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