De quem é a culpa?
Tenho sido criticado, e muito, pelos que entendem que estou
fazendo a defesa do governador José Ivo Sartori em relação ao parcelamento do
pagamento dos salários dos servidores públicos.
Não estou. Meus comentários sobre as “razões do Gringo”,
simplesmente tentam entender e explicar o que vem ocorrendo no Estado, faz
muitos anos, sem que se encontre uma solução para o déficit que se avoluma, as
dívidas que se acumulam e os empréstimos que são feitos sem qualquer garantia de
que serão pagos normalmente.
Exemplo maior é a dívida do RS com a União. Assim que o
governo gaúcho deixou de pagar uma parcela, imediatamente o governo federal
mandou bloquear toda e qualquer arrecadação feita pelos cofres públicos
estaduais. Caso o governador não pague outra parcela, novamente teremos o
bloqueio do dinheiro público, e assim sucessivamente.
Não posso admitir que alguém pense que sou a favor de que os
funcionários públicos do Estado cheguem ao final do mês e não recebam seus
salários integralmente. Sou assalariado, ganho uma pensão ridícula do INSS e
sei muito bem o que é viver com um salário apertado. Viver sem ele, então, é
impossível.
Mas a pergunta que faço é: de quem é a culpa?
Será que o governador, por birra o diletantismo maquiavélico,
mandou parcelar o salário do funcionalismo só para ter o prazer de ver alguns
sofrendo? Será que o governo tem dinheiro em caixa e está guardando para cobrir
o monstruoso déficit que vem de muitos outros governos? Será que alguém desconfia
que existe dinheiro e que o governo simplesmente não quer pagar?
A partir de hoje, os filhos dos gaúchos, inclusive de muitos
funcionários públicos, mais uma vez ficarão sem aulas. O ensino precário
oferecido no Rio Grande do Sul, ficará mais precário ainda. Ou alguém acredita
que as crianças que passam vários dias sem aula, terão o mesmo aproveitamento
que aqueles que têm aulas normalmente durante todo o ano?
A partir de hoje, a insegurança nas ruas, no comércio, em
nossas casas, será ainda maior. Os policiais já anunciaram restrições em suas
atividades e os brigadianos, prometem que ficarão aquartelados enquanto não receberem
integralmente seus salários.
Fora isso, não se sabe mais o quanto haverá de prejuízo para
a vida dos gaúchos enquanto durar a greve do funcionalismo, que poderá ser de
dois, três, quatro ou sei lá quantos dias, já que o governador promete parcelar
os salários em três ou quatro vezes.
Para tranquilidade (?) de alguns municípios, como Porto
Alegre, os postos de saúde, o transporte público e algumas escolas, funcionarão
normalmente, São serviços sobre o controle de prefeituras que, pelo menos até
hoje, não precisaram parcelar o salário de seus funcionários.
A luz no fim do túnel fica por conta das providências dos
senadores gaúchos, os três, que estão tentando, via projeto de lei, acabar ou
diminuir a dívida pública.
Não há estado que resista aos juros que a união
cobra de seus confederados, enquanto distribui dinheiro, sem volta, para países
“amigos”.
Tenham todos um Bom Dia!
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