E agora, José?
Já aviso que estou apenas lembrando o poema de Carlos Drumond de Andrade.
É que alguns apressadinhos podem fazer alguma analogia com o nome do governador
Sartori. Se bem que nada me impede de citá-lo num momento tão difícil para o
Rio Grande do Sul.
Ontem (11) depois que o governador mandou pagar o
funcionalismo, pedalando a dívida com a União, o governo federal mandou
bloquear as contas estaduais e só liberar quando for alcançado o valor de R$
280 milhões. Os R$ 60 milhões que sobraram do pagamento dos salários, já foram
confiscados.
Hoje (12) o governador está em Brasília tentando ajustar as
coisas com o ministro da Fazenda e com o STF. Ele quer, tão somente, seguir
governando e, no mínimo, conseguir pagar os salários do funcionalismo, uma
despesa que consome quase toda a receita.
Ontem, antes da notícia do bloqueio do dinheiro estadual, li
que várias categorias, incluindo a Federação dos Servidores, Cpers, Ugeirm e
BM, anunciavam que não tinha adiantado o governador complementar o pagamento
dos salários e que seguiriam com a chamada “operação padrão”, isto é, fazendo
corpo mole no atendimento das necessidades do contribuinte. Anunciaram todos
eles, que estavam prontos para a Assembleia do dia 18 quando poderiam decidir
pelo começo de uma greve geral no Estado.
Não li nem ouvi mais nada das tais ditas lideranças depois
que o confisco foi anunciado pelo governo federal. Daí fiquei pensando se ainda
pretendem seguir com sua intenção de greve, apesar de saberem que poderá não
haver dinheiro nem para o pagamento de uma parcela dos salários. E não poderão
alegar que é culpa do governador. Em seis meses de governo, Sartori não poderia
ter solucionado um problema que vem se avolumando faz muitos anos, e que
cresceu muito nos últimos quatro, quando o governo era ocupado por um
companheiro de partido da presidente Dilma. As dívidas com o pagamento de
empréstimos feitos pelo antecessor de José Ivo aumentaram consideravelmente.
Provavelmente não aceitem, mas quero deixar aqui uma
sugestão aos que lideram os movimentos de funcionários públicos, se não estou
enganado, a única categoria que tem direito a seis meses de licença prêmio no Brasil,
para que antecipem seu movimento e participem, no dia 16, da campanha contra o
governo federal, no Parcão. É lá que se lutará contra quem está destruindo o
Brasil, quem está envolvido totalmente no maior esquema de corrupção da
história, quem mandou bloquear as contas do Estado e que, recentemente, perdoou
quase US$ 900 milhões de dívidas de países africanos, o que significa dizer que
tem dinheiro sobrando nos cofres federais.
Se insistirem com a greve ou com o movimento contra o RS,
como está sendo feito, correm o risco de chegar ao final do mês sem salário
novamente. Afinal, o dinheiro que for arrecadado pelo governo estadual, será
bloqueado para pagamento da dívida com o governo federal. Daí acredito que não
poderão, como estão fazendo, culpar o governador Sartori.
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