Cristina não
acredita em suicídio
Foto:AP |
A presidente da
Argentina, Cristina Kirchner, usou seu perfil no Twitter nesta quinta-feira
(22) para falar sobre a morte do promotor Alberto Nisman e divulgar uma carta
publicada em seu blog. No texto, ela afirma que está "convencida" de
que a morte do promotor "não foi um suicídio". Em sua primeira carta
sobre o assunto, ela cogitava a possibilidade de que o promotor havia se matado.
"Por que alguém ia se suicidar sendo promotor e gozando ele e sua família de uma excelente qualidade de vida?", assinalou no novo texto a presidente, que continua sem aparecer em público.
Nisman foi encontrado morto em sua casa, em circunstâncias ainda desconhecidas, na noite de domingo (18), com um tiro na têmpora, poucos dias depois de ter denunciado a presidente, Cristina Kirchner, e vários de seus colaboradores por uma suposta tentativa de acobertar terroristas iranianos, que teriam sido responsáveis pelo ataque contra a associação israelita Amia, em 1994, em que 85 pessoas morreram.
Nisman deveria apresentar na segunda-feira a deputados sua denúncia e supostas provas contra a presidente e o chanceler argentino, Héctor Timerman. "Usaram ele enquanto estava vivo e depois precisavam dele morto. É assim triste e terrível", disse Cristina na carta.
Secretário
O secretário de
Segurança da Argentina, Sergio Berni, foi denunciado na Justiça para que se investigue sua presença na residência onde Nisman foi encontrado morto, antes da chegada da procuradora e do juiz responsável pelo
caso, informaram nesta quarta-feira (21) à Agência Efe fontes da denúncia.
O líder peronista Juan Ricardo Moussa acionou Berni na Justiça por supostamente ter cometido o crime de "descumprimento dos deveres de funcionário público" e "acobertamento de homicídio", segundo o texto da denúncia.
Moussa
acusou Berni e os policiais encarregados da segurança de Nisman de
"cumplicidade" para proteger a presidente, já que o promotor guardava
parte das provas que fundamentam a denúncia contra Cristina em sua casa.
"Há graves irregularidades por parte da Polícia Federal argentina no caso
do Dr. Nisman. Quem é Berni para dar competência a um crime, quem é Berni para
entrar na cena do crime e não denunciar à Justiça", questionou Moussa na
denúncia.
(Com G1/conteúdo)
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