quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Escândalo na Petrobras

Procuradoria diz que corrupção continua

 

Mesmo sem dar detalhes, procuradores da Operação Lava jato afirmam que propinas de empresas “para diretores da Petrobras, continuaram sendo pagas em 2014”. Eles compararam Nestor Cerveró a Paulo Maluf e ao juiz Lalau e disseram, quando prenderam o ex-diretor, que ele integra “a mais relevante organização criminosa incrustada no Estado brasileiro que a história já revelou”. Cerveró, para os procuradores, é benificiário de “um esquema de corrupção multibilionário na Petrobras”. O esquema envolvia a indicação, por partidos políticos, de diretores da estatal, “que ficavam responsáveis por desviar dinheiro da estatal em benefício próprio, dos partidos e de agentes políticos”.

 “Uma das empresas, a Camargo Correa, havia sido investigada por fatos similares anos antes, na Operação Castelo de Areia, sem que o esquema por isso tenha se encerrado”, informam os procuradores. “Os agentes envolvidos nessa espécie de crime contam desde já com a impunidade alcançadas em outros casos e, no máximo, postergarão pagamentos, acumulando dívidas e saldos a liquidar com agentes públicos.”

 “Nesse esquema, empresas privadas pagavam “propinas” milionárias, para obter benefícios desmedidos, em prejuízo da Petrobrás, em contratos de centenas de milhões ou bilhões de reais. Veja-se, por exemplo, que no caso denunciado os contratos obtidos pela SANSUNG, mediante o pagamento de propinas de 53 milhões de dólares a Cerveró, Fernando Baiano e Julio Camargo, somam mais de 1 bilhão de dólares.”

“O que é certo, de tudo isso, é o enriquecimento espúrio e a falta de conhecimento por parte do Estado de onde estão as dezenas de milhões de reais que Cerveró recebeu criminosamente”, assinalam os cinco procuradores que subscrevem o pedido de prisão do ex-diretor da Petrobrás. 

Eles fazem referência à propina de US$ 30 milhões que Cerveró teria recebido para aprovar a contratação de sondas de perfuração de águas profundas na África e no Golfo do México, quando ele ocupava a Diretoria de Área Internacional da estatal.

“Sabe-se que o dinheiro não está com Cerveró, porque não está em suas contas no Brasil. Se fosse mantido sob seu nome, no exterior, provavelmente bancos e países já teriam comunicado. Como no caso de Paulo Roberto Costa, Paulo Maluf, Nicolau dos Santos Neto e tantos outros, o provável é que o dinheiro esteja sob o nome de empresas de fachada – offshores – no exterior, cujos proprietários beneficiários serão ele mesmo e parentes seus.”

Ao alertar sobre o risco de fuga de Cerveró, os procuradores alertam que ele mantém “vultoso patrimônio oculto do Estado, aproximadamente R$ 53 milhões só em propina” e relembram de outros personagens da crônica policial brasileira, como o médico Roger Abdelmassih, o ex-banqueiro Salvattore Cacciola e o ex-diretor do Banco do Brasil e réu do Mensalão Henrique Pizzolato – todos fugiram tranquilamente do País.

Fotos: Agência Globo

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