Dinheiro
chegava na conta
de doleiro em 24 horas
de doleiro em 24 horas
Laudo
pericial do Ministério Público Federal revela que, por mais de uma vez, valores
repassados pela Petrobrás para o Consórcio CNCC – controlado pela construtora
Camargo Corrêa – nas obras da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, em
apenas 24 horas iam parar nas contas das empresas do doleiro Alberto Youssef.
Preso na Operação Lava Jato, Youssef é
acusado de pagar propinas a políticos e a partidos. Ele está fazendo delação
premiada. Já apontou pelo menos 28 parlamentares como supostos beneficiários de
propinas.
O laudo não imputa ilícitos às partes
envolvidas na transação. Para a Justiça, a Petrobrás é vítima da organização
criminosa da Lava Jato.
O documento indica o trajeto das
transferências bancárias que iam aportar nas empresas de fachada do doleiro. A
perícia foi anexada aos autos do processo federal sobre desvios e
superfaturamento na refinaria.
Em um dos repasses analisados, a Petrobrás
adiantou R$ 6,62 milhões para o Consórcio CNCC em 17 de janeiro de 2011. No
mesmo dia, o Consórcio transferiu por meio de TED (Transferência Eletrônica
Disponível) para a Sanko Sider, fornecedora de tubos para a obra, R$ 5,91
milhões. No dia seguinte, a Sanko repassou para a MO Consultoria, empresa de
fachada de Youssef, R$ 1,7 milhão.
Ainda no dia 18, a MO Consultoria repassou
R$ 238,5 mil para a conta da Labogen Química Fina, por meio duas TEDs. A
indústria também era controlada, segundo a PF, pelo doleiro. No mesmo dia, a
Labogen envia também por meio de TED R$ 238,5 mil para a Pionner Corretora de
Câmbio. O laudo aponta ainda que operações semelhantes ocorreram diversas
vezes, várias delas no prazo de um dia.
Os peritos identificaram 17 conjuntos de
operações que “evidenciam que as empresas Sanko recebem recursos do Consórcio
CNCC e da Construtora e Comércio Camargo Corrêa nas obras da Abreu e Lima e
realizaram transferências para as investigadas (empresas de fachada de Youssef)
em datas idênticas, ou próximas”. (Agência Estado)
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