Na página Almanaque, de ZH, edição de hoje (25), uma matéria sobre os 60 anos do Teatro Infantil de Marionetes (TIM) do qual tive o orgulho de participar nos anos 60. Mesmo sem ter solicitado permissão para o Ricardo Chaves, editor da página, estou reproduzindo a matéria com orgulho, saudade e muita emoção. Na foto, em preto e branco, estou caracterizado para uma apresentação na TV Piratini. Bons tempos!
Teatro Infantil de Marionetes
completa 60 anos de
atividades
A
professora e artista plástica Odila Cardoso de Sena, 60 anos atrás, decidiu
criar um teatro de marionetes. Ela idealizou e confeccionou cada um dos bonecos
para o grupo e, em 25 de setembro de 1954, fundou o Teatro Infantil de
Marionetes (TIM). Os filhos, alguns amigos deles e vizinhos foram mobilizados
para formar a companhia. Dona Odila (1913-2007) era moradora da Azenha, e foi
num aniversário na casa do Major Villas Boas, na pequena Travessa Luiz
Rossetti, que aconteceu a primeira apresentação, para encanto da garotada.
Seis
décadas depois, com um repertório além de oitenta textos e mais de mil
encenações, o TIM é o teatro de bonecos mais antigo da América Latina em atividade
ininterrupta. Formado em Artes Cênicas pela UFRGS, Antônio Carlos de Sena, um
dos filhos de dona Odila, é o diretor do grupo. Auxiliado por parentes e
colaboradores, trata de preservar a estrutura e manter vivos os aspectos
históricos e técnicos dessa arte.
Em
teatros, escolas, centros comunitários, clubes, feiras, festivais e praças
públicas da Capital, do Interior, de outros Estados e até no Exterior, como em
Portugal, França, Espanha, Argentina e Uruguai, as exibições foram se sucedendo
depois da estreia, com cobrança de ingressos, ainda nos anos 1950, no antigo
Cine Oásis, na esquina da Rua 20 de Setembro com a Barão do Triunfo, na Azenha.
Na
televisão, o TIM era um sucesso. Nos anos de 1960 e 1961, no pioneiro Canal 5
(TV Piratini), havia um programa semanal. Também se exibiu com êxito na TV Tupi
de São Paulo. Durante sua longa trajetória, o TIM pôde contar ainda com o
auxílio de pessoas que acabaram por tomar outro rumo, mas que fazem parte dessa
história, assim como o TIM faz parte da história delas.
O
professor Aníbal Damasceno Ferreira escreveu algumas peças para o grupo. Marco
Aurélio Garcia, com 19 anos, muito antes de ajudar o ex-presidente Lula e a
atual presidente, Dilma, como assessor para assuntos internacionais, fez textos
e dava voz aos bonecos. O jornalista Paulo Sant’Ana se orgulha de ter ajudado a
“erguer palcos e oferecer espetáculos” junto a Tutu, apelido de Antônio Carlos
de Sena. O TIM transcendeu o esforço de uma família e hoje “é um patrimônio do
Rio Grande do Sul”, como já disse o escritor Carlos Urbim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário