Mercado financeiro reavalia chances de Dilma
Várias consultorias atualizaram nesta semana palpites
sobre o resultado da eleição com base nas recentes pesquisas Datafolha e Ibope.
Usando modelos mais ou menos sofisticados que levam em
conta intenções de voto, rejeição, resultados e tendências de pleitos passados,
elas chegam a cravar percentuais.
A brasileira MCM apostou pela primeira vez que a oposição
tem chance de 60% a 40% de derrotar Dilma (antes dava lances iguais). E a
japonesa Nomura ampliou de 60% (junho) para 70% agora as chances de Aécio.
Outras consultorias ainda veem Dilma com maior
probabilidade de vitória. Mas ela seria cada vez menor.
Caso da brasileira Tendências, que reduziu de 60% em maio
para 55% agora as chances da petista. E do norte-americano Eurasia Group, que
via 70% de probabilidade em abril ante 60% hoje.
O mercado está sensível a prognósticos eleitorais. Na
semana passada, o Ibovespa foi ao maior nível em 16 meses depois de o Datafolha
apontar empate técnico, em um eventual segundo turno, entre Dilma e Aécio.
A Nomura aumentou para 70% as chances de vitória de Aécio
apostando, principalmente, em um crescimento do candidato no Sul do país.
Em 2006 e 2010, o PSDB venceu na região. Pelo Datafolha
da semana passada, Dilma lidera ali, com 36%; ante 18% de Aécio e 6% de Eduardo
Campos (PSB).
"Até esse ponto, isso é uma anomalia, pois vai
contra o que já aconteceu no Sudeste, que é similar ao Sul em termos políticos
e sociais", afirma Tony Volpon, diretor da Nomura em Nova York.
No Sudeste, segundo o Datafolha, Dilma também lidera, com
28%. Mas a soma de Aécio (27%) e Campos (6%) já a coloca atrás da oposição.
Na contramão, mesmo tendo reduzido as chances de Dilma de
70% para 60%, o Eurasia Group vê Dilma "claramente favorita", embora
com "grande probabilidade" de ir ao segundo turno.
"O andamento da economia justifica reduzir as
chances da presidente", diz João Castro Neves, diretor da consultoria em
Washington.
O Eurasia usa modelo desenvolvido com o instituto Ipsos
que analisou 200 eleições nos últimos 20 anos. Nele, governantes com taxas de
aprovação entre 40% e 60% venceram disputas em 85% das vezes. Na pesquisa
Ibope, o governo é aprovado por 44%.
Para Ricardo Ribeiro, da MCM, que dá 60% de chance de
vitória para a oposição, a derrota de Dilma não é garantida. Mas haveria uma
"nítida deterioração da situação econômica e política" atual. (Folha de São Paulo/Conteúdo)
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