Alguém acredita?
Com todo o respeito que a figura do governador do Estado
merece, confesso que não posso conviver com declarações que, no mínimo,
afrontam nossa inteligência, boa vontade e paciência.
Li no comentário da
Rosane Oliveira, da ZH e fui conferir o release que recebi sobre uma ação do
governador Tarso Genro (PT) na cidade de Gravataí. Foi um ato de campanha, lá no município que passou por um surto de desenvolvimento depois da chegada da
GM, já que estava quase estagnado até então, que o governador afirmou, alto e bom
som, como se diz em São Gabriel, que “os prefeitos pedem para não receber mais
verbas para a saúde, já que não conseguem nem aplicar o que estão recebendo”.
Salientou o candidato petista, que isso acontece graças ao fato de seu governo “tratar
de forma republicana a todos os prefeitos e aos 12% que aplica em saúde”.
Falando sério e admitindo que o governador acredite no que
disse, será que ele acha que alguém de bom senso e que necessite, por exemplo,
de um atendimento médico via SUS, acredita que a saúde está tão bem que os
prefeitos estejam renegando verbas? Será que o governador, depois de cometer um
absurdo assim, não pensa, não fica vermelho e segue imaginando que alguém, a não
ser seus companheiros, alguns por necessidade, acreditam que a saúde no RS está
tão boa que os prefeitos nem querem mais as verbas oferecidas?
Eu me nego a acreditar que o próprio governador acredite no
que afirmou. E digo isso baseado num fato que presenciei ainda hoje de manhã ao
passar pela Avenida José Bonifácio e pela frente da Santa Casa. Dezenas de
ambulâncias e carros de secretarias da saúde de prefeituras do interior do
Estado, estacionadas esperando por pacientes que procuram aqui o atendimento
que não encontram em seus municípios. Ou será que é tanta verba que os
hospitais, modernamente aparelhados, nos municípios onde os prefeitos não
querem mais dinheiro, estão lotados?
Mas é assim em ano eleitoral. Os governantes usam e abusam
do direito de falar e prometer qualquer coisa tentando iludir os eleitores. E o
pior é que alguns conseguem.
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