1º de Maio na Paz (?)
O Dia do Trabalho foi celebrado ontem, em Canoas, com uma
festa denominada 1º de Maio na Paz, e que contou com a presença do governador
Tarso Genro e de seu futuro coordenador de campanha na Região Metropolitana,
Jairo Jorge, prefeito da cidade.
Tarso passeou entre galpões de entidades sindicais, apertou
a mão de todos e, inclusive, fez teste de bafômetro, mesmo sem estar dirigindo.
Mas o que mais me impressionou neste episódio é que
exatamente no 1º de Maio na Paz, um jornalista, nosso colega na prefeitura de
Porto Alegre, foi assassinado durante um assalto em Canoas. Lá mesmo onde o
governador e o prefeito, casualmente ambos eleitos pelo PT, comemoravam a Paz,
a violência se fez presente de uma forma cruel.
Enquanto isso, em Brasília, a presidente Dilma Rousseff,
também do PT, discursava falando de um Brasil que só ela conhece. Um Brasil que
cresce, que se desenvolve sem violência, com investimentos vultuosos em saúde e
segurança, com alto índice de escolaridade e muito mais. Um Brasil que só a
presidente conhece e no qual eu, pelo menos, não vivo. Aqui, sou obrigado a
conviver com a insegurança, com a total falta de assistência em saúde, com
escolas e ensino sucateados e, o que é muito pior, com a notícia da liberação,
pela presidente, de um reajuste de 10% no Bolsa Família. Exatamente assim. Quem
nunca trabalhou, quem nunca vai trabalhar, mas que representa cerca de 30 milhões
de votos, vai ganhar mais 10% todos os meses. Já quem, como milhões de
brasileiros, trabalhou mais de 35 anos, teve que esperar chegar aos 65 anos de
idade para se aposentar, recebeu 6,78% de aumento na sua Bolsa Miséria, que o
governo insiste em chamar de benefício. Dilma mandou acrescentar 10% na Bolsa
que lhe garante milhões de votos , enquanto que para os que podem não votar
nela, decretou um aumento de 6,678%. Já nem falo no reajuste sobre o Imposto de
Renda e que, ao final, vai prejudicar quem ganha menos, ou seja, os
trabalhadores brasileiros.
E tudo isso acontecendo exatamente no Dia do Trabalhador,
aquele que o coordenador da campanha de reeleição do governador chamou de 1º de
Maio na Paz. Será mesmo que ele acredita em Paz com um jornalista sendo
assassinado na cidade que ele governa e a presidente que ele apóia decretando
um reajuste incrivelmente populista exatamente alguns meses antes da eleição?
Eu não acredito!
Fiquem com Deus e tenham todos um Bom Dia!
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