Justiça decide processar militares envolvidos
No ano em que o golpe militar de 1964 completa meio século,
a Justiça vai rever crimes cometidos por agentes do Estado contra civis. A
Justiça Federal no Rio de Janeiro aceitou denúncia do Ministério Público
Federal (MPF) e vai iniciar ação penal contra seis acusados de participação no
atentado à bomba no Riocentro, em 1981, dos quais cinco são oficiais do
Exército e um é delegado de polícia.
Serão julgados por tentativa de homicídio doloso, associação
criminosa, transporte de explosivos, favorecimento pessoal e fraude processual
os generais reformados do Exército Nilton de Albuquerque Cerqueira, então
comandante-geral da Polícia Militar; Edson Sá; e Newton Cruz; o major reformado
Divany Carvalho Barros, o coronel da reserva Wilson Luiz Chaves Machado e o ex-delegado
Cláudio Guerra.
O plano terrorista previa a explosão de várias bombas no
Riocentro, durante um show em comemoração ao Dia do Trabalho, em 30 de abril de
1981. Na ocasião, um dos artefatos explodiu no carro modelo Puma que levava os
dois militares que executavam o atentado, provocando a morte do sargento
Guilherme Pereira do Rosário e ferimentos no capitão Wilson Machado.
É a primeira vez que o caso será analisado como crime, pela
Justiça Comum. Na decisão, a juíza Ana Paula Vieira de Carvalho alegou que,
embora os suspeitos sejam militares, “não estavam no exercício de atividade
militar”, o que levaria o caso para Justiça Militar. “Tratava-se, na verdade,
de funcionários públicos federais deslocados da função”, afirma a sentença. (Agência
Brasil)
Nenhum comentário:
Postar um comentário