Violência se intensifica nas ruas
Foto: Reuters |
As forças de segurança enfrentaram manifestantes em ruas
bloqueadas com barricadas em chamas em cidades venezuelanas nesta quinta-feira
(20), segundo testemunhas, num aumento dos protestos contra o governo
socialista do presidente Nicolás Maduro.
Desde que os protestos se tornaram
violentos na semana passada, pelo menos cinco pessoas morreram em incidentes
diretamente relacionados à violência, e outra morreu de causas naturais ao não
poder chegar ao hospital por causa dos bloqueios nas ruas. Também há vários
feridos e presos.
Os manifestantes, em boa parte
estudantes, acusam o governo pela criminalidade, inflação alta, falta de
produtos e suposta repressão a opositores.
No leste de Caracas durante a noite,
forças de segurança usaram gás lacrimogêneo e perseguiram jovens que atiravam
coquetéis molotov e bloqueavam ruas com barricadas de lixo em chamas, segundo
testemunhas.
Moradores de áreas de classe média
fizeram barulho batendo em panelas, uma tradicional forma de protesto, e os
manifestantes já estavam de volta às ruas no início desta quinta-feira.
"Eu me declaro em desobediência
civil", dizia uma faixa nas ruas de Caracas.
Houve cenas semelhantes os Estados
de Táchira e Mérida, no oeste do país. Na cidade de San Cristóbal, que alguns
moradores descrevem como uma "zona de guerra", lojas permaneceram
fechadas, enquanto estudantes e policiais se enfrentavam nas ruas nesta
quinta-feira.
Com as TVs locais não cobrindo os
distúrbios, os venezuelanos trocam informações e imagens pelo Twitter. Imagens
falsificadas também estão circulando.
A tensão aumentou desde que o líder
da oposição Leopoldo López, um economista de 42 anos formado em Harvard, se
entregou às forças de segurança nesta semana. Ele está preso em Caracas,
acusado de estimular a violência.
"A mudança depende de cada um
de nós. Não desista", disse a mulher de López, Lilian Tintori, pelo
Twitter.
Maduro, que venceu de forma apertada
as eleições para substituir Hugo Chávez, que morreu de câncer no ano passado,
afirmou que López e outros estão alinhados com os Estados Unidos e buscam um
golpe de Estado.
A última vítima direta dos
distúrbios foi uma universitária e miss de concurso de beleza. Génesis Carmona,
de 22 anos, levou um tiro na cabeça durante um protesto na cidade de Valencia.(AP)
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