O dono da bola!
No almoço de final de ano oferecido aos jornalistas no Palácio
Piratini, o governador Tarso genro (PT) causou surpresa entre os profissionais
ao fazer comentários que, inclusive, deixaram dúvidas sobre sua candidatura à
reeleição. O mais surpreendente, ou não, é que as declarações foram feitas
momentos antes da chegada da presidente Dilma em Porto Alegre.
Tarso disse que sua candidatura dependia, basicamente, de
duas medidas por parte da presidente. Primeiro, ele exige que Dilma participe
de um único palanque, ou seja, o seu. Quer evitar que a presidente colabore com
as candidaturas de seus adversários do PDT e do PMDB.
A outra condição imposta por Tarso, é que o Senado aprove ao
projeto de lei complementar de renegociação da dívida do Estado com a União. E
foi taxativo: “Se o projeto não for aprovado antes das eleições, não sou
candidato’, e justificou: “Não é porque vou ficar brabo, é porque o próximo
governo não vai fazer mais do que fizemos até agora”. Ao concluir, o governador
disse que “fechados esses dois fatores, vou entrar com a vontade de um trator
político na campanha de 2014”.
A primeira reação às declarações de Tarso, partiram do
deputado federal Eliseu Padilha, homem forte no esquema estratégico da campanha
de Dilma em 2014. Eliseu disse que “em todo o Brasil, a recomendação de Lula é
que deve ser priorizado o projeto nacional de poder, com raras exceções. No Rio
Grande do Sul, onde vários partidos aliados terão candidatos, inclusive o PMDB,
certamente a orientação será observada, com a presidente participando de forma
igualitária de todos os palanques ou de nenhum, que é a minha posição pessoal,
ainda não majoritária”.
Ouvindo, lendo e analisando as declarações do governador
petista, fico com a impressão de que ele, como se diz no jogo de pôquer, está
tentando “passar um cachorro”, jogando no colo da presidente a decisão sobre
sua candidatura. Parece que, preocupado com a possibilidade de não ser
reeleito, busca justificativas para não concorrer. Sabe, como sabem todos os
petistas e demais integrantes da base aliada, que Dilma quer ser reeleita e que
não pode depender apenas do PT para tal. Assim, dificilmente abrirá mão de
apoios mesmo que de adversários de companheiros seus. Quanto ao projeto de
renegociação da dívida, os interesses dos congressistas, muitas vezes, são mais
fortes do que qualquer pedido do governo. Ou não.
Estou curioso para saber o que os jornalistas perguntarão
para a presidente, hoje, e muito mais com suas respostas. Enquanto isso, sobre
as declarações do governador, fiquei lembrando do guri, dono da bola, que só
emprestava a mesma se fosse escalado para jogar.
Fiquem com Deus e tenham todos um Bom Dia!
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