Crônica de uma morte anunciada!
Meu primeiro contato com a literatura de Gabriel Garcia Márquez
foi com o livro “Crônica de uma morte anunciada”. A partir dele, li todas as
obras do escritor colombiano. E tenho quase todos os seus livros. É meu autor
preferido.
Pois foi pensando na morte anunciada, tema do livro, que
venho lendo e assistindo o noticiário sobre mais uma enchente de final de ano
no Rio de Janeiro e Baixada Fluminense. Uma repetição anual de um mesmo fato e
que, lamentavelmente, acaba em mortes, desaparecidos e desabrigados.
No ano passado, cheguei a comentar aqui mesmo, que o filme
parecia o de sempre, já que o enredo não mudava. Políticos, de helicóptero,
sobrevoando as áreas atingidas, governantes de bota de chuva andando no meio dos
escombros, passando a mão na cabeça das crianças pobres e prometendo “liberação
imediata de verbas para solucionar definitivamente o problema”. Um ano depois,
lá estão eles, os mesmos, de volta ao mesmo cenário e prometendo as mesmas
coisas, além de culpar os governos anteriores por tudo o que acontece de ruim. Aliás,
os governantes do dia, só fazem coisas boas, coisas que nunca ninguém fez
igual. Na cabeça deles, é claro.
Neste momento, o Rio de Janeiro sofre com mais uma chuvarada
que matou pessoas, desabrigou milhares, destruiu casas e barracos tudo pela
incompetência das autoridades estaduais e municipais. Acumulo de lixo, ocupações
irregulares e lentidão em obras públicas, são os principais motivos para mais
uma tragédia. Andando, ontem, entre os escombros, o governador Sérgio Cabral,
como não poderia deixar de ser, culpou governos passados “por uma tragédia que
tem décadas de descaso das autoridades” e lembrou que na sua administração “muito
foi feito nos últimos sete anos e muito ainda será feito para acabar com o
problema”. Já anunciou, inclusive, a criação urgente de um Gabinete para tratar
do problema. Confesso que não li se ele prometeu liberação imediata de verbas,
aquelas que nunca são liberadas.
A enchente de final de ano no Rio de Janeiro e Baixada
Fluminense é, sem qualquer dúvida, a crônica de uma morte anunciada!
Pedindo a proteção de Deus, desejo a todos um Bom Dia!
Nenhum comentário:
Postar um comentário