Cargos políticos superam efetivos no Senado
Sob o comando de Renan Calheiros, o Senado passou a ter neste ano mais
funcionários admitidos por apadrinhamento do que por mérito. Hoje, nove meses
após a posse do peemedebista alagoano, a Casa tem 3.241 funcionários
comissionados, nomeados por meio de indicação. Já a folha de servidores
efetivos míngua aceleradamente e conta, agora, com 2.991 pessoas.
O
Ministério Público Federal em Brasília abriu inquérito civil no mês passado
para investigar o loteamento partidário nas nomeações de comissionados no
Senado. A investigação parte da suspeita de possível abuso na contratação de um
"número exacerbado" de indicados, em "prejuízo aos cofres
públicos".
Na avaliação
preliminar de um procurador da República que analisa o caso, os números de 2013
configuram "claramente" o descumprimento de uma orientação do
Ministério Público para que menos da metade dos cargos seja ocupado por pessoas
de livre nomeação.
O inquérito
vai apurar também eventual descumprimento dos direitos dos servidores efetivos
e dos aprovados no concurso mais recente da Casa.
Renan assumiu em fevereiro a
presidência do Senado, anunciando corte de custos e na folha de pessoal. Entre
as medidas, suspendeu por 180 dias, vencidos em outubro, a nomeação dos
selecionados por meio de concurso.
De lá para
cá, apenas três servidores efetivos foram contratados, segundo o Portal da
Transparência do Senado. Mas a porta de entrada para apadrinhados continuou
aberta. No mesmo período, houve 542 admissões, bem mais que o suficiente para
repor aposentadorias, afastamentos e exonerações nessa categoria da folha de
pagamento. (Agência Estado)
Nenhum comentário:
Postar um comentário