Brasil é 3º do
mundo em gasto com juro
Mapa de
indicadores fiscais elaborado pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) mostra o
gasto do Brasil com juros da dívida pública como o terceiro maior do mundo.
Entre dados
coletados de praticamente todos os países, a despesa brasileira, equivalente a
5,7% da renda nacional, só perde para a da Grécia, mergulhada em crise
financeira, e a do Líbano, cujas finanças são abaladas pelos custos de guerra.
Os números
reunidos são, na maioria, de 2011. De lá para cá, os pagamentos aos credores da
dívida pública caíram para 4,9% do Produto Interno Bruto, mas o país continua
encabeçando rankings globais de taxas de juros.
A anomalia
das contas brasileiras ajuda a entender por que, em relatório publicado na
semana retrasada, o FMI discordou da tese do governo Dilma Rousseff segundo a
qual a redução do endividamento nos últimos anos abriu espaço para afrouxar a
política de controle fiscal.
Como aponta
a administração petista, a dívida pública brasileira --equivalente a 65% do PIB
no mapa do Fundo-- é inferior às de países desenvolvidos como Estados Unidos
(103% do PIB), Japão (230%), Alemanha (81%) e França (86%).
O mercado
credor, no entanto, trata diferentemente os devedores desenvolvidos, que emitem
moeda forte, e os demais. Nos quatro países do exemplo, as despesas com juros
variam de 0,9% (Japão) a 2,5% do PIB (França).
Já no mundo
emergente, os governos mais endividados arcam com custos muito maiores. Índia e
Egito, além do Brasil, figuram entre os que mais gastam com juros da dívida
pública.
Não por
acaso, o setor público brasileiro, a despeito do afrouxamento fiscal dos
últimos anos, é um dos que mais poupam para o abatimento da dívida -outro
argumento sempre invocado pela administração petista.
Na visão do
FMI, porém, ainda é necessário mais aperto nas contas para reduzir a dívida e
elevar a credibilidade do devedor. Dessa forma, a conta de juros poderia cair. (Agência Folha)
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