Uma brecha para empresa faturar R$ 10
bilhões por ano
No último dia 7 de outubro, a
presidente Dilma Rousseff assinou um Decreto que beneficia diretamente uma
entidade sob intervenção da Agência nacional de Saúde Suplementar (ANS) e que
tem forte influência política do PT. O Decreto ignora o Supremo Tribunal
Federal (STF), o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Procuradoria Geral da
República (PGR).
O ato da presidente dispensa a Geap
Autogestão em Saúde, fundação de direito privado, de participar de licitação
para vender planos de saúde para servidores da União. Assim, a Geap não terá
necessidade de concorrer com operadoras do setor privado para participar de um
mercado que atinge 3 milhões de usuários, movimentando cerca de R$ 10 bilhões
por ano.
Segundo o Decreto publicado no Diário
Oficial da União, bastará que o órgão publico interessado na contratação da
Geap firme convênio com o Ministério do Planejamento, abrindo espaço para que a
empresa concentre o atendimento ao funcionalismo público, hoje dividido entre
34 operadoras.
Nos últimos 10 anos, a Geap recebeu
repasses do governo federal de mais de R$ 1,9 bilhão, sendo considerada uma
verdadeira caixa-preta já que não presta contas ao TCU.
Em março, a ANS decretou intervenção
da Geap em razão de resultados negativos – R$ 260 milhões – que vinha
apresentando.
A Geap é uma entidade de autogestão
em Saúde criada pelos próprios servidores para atuar originalmente em apenas
quatro órgãos públicos: os ministérios da Previdência e da Saúde, a Empresa de
Tecnologia e Informação da Previdência Social (Dataprev) e o Instituto Nacional
do Seguro Social (INSS). A entidade, no entanto, firmou convênios sem licitação
com cerca de outros 80 órgãos (hoje diz atender 99, segundo informa em seu
site), e atende mais de 600 mil servidores.
Manobra. O decreto presidencial permite que a
Geap firme convênios com o Planejamento, pasta que gere a folha de pagamento do
funcionalismo. Na prática, abre-se a possibilidade para que a Geap firme
convênios com todos os servidores da União, sem licitação e sem qualquer
prestação de contas dos repasses recebidos. Ao tornar a União sua
patrocinadora, a Geap tenta driblar as restrições jurídicas à extensão de
convênios com toda a Esplanada.
A Geap teve como dirigentes quadros
do PT e está sob a influência do partido - os ministérios patrocinadores
indicavam seus dirigentes.
A nova diretoria da Geap foi definida
na última sexta-feira, mas os nomes dos seis conselheiros não foram divulgados
nem pela ANS nem pelo Ministério do Planejamento.(Com informações da AE)
Nenhum comentário:
Postar um comentário