Meu caro mestre!
Meu curso primário, era assim que se chamava no meu tempo,
foi no Grupo Escolar Mena Barreto, em São Gabriel. Todos os meninos e meninas
de avental branco. A diferença estava na gravata dos meninos e no laço de fita
das meninas. Ambos azul marinho. Tinha fila para entrar na sala de aula,
merenda, que a gente levava de casa, na hora do recreio e principalmente muito
respeito pelos professores e pela escola.
Os cadernos e os livros, bem poucos por sinal, eram
cuidadosamente encapados pela mãe, com um papel colorido. Tinha até caderno de
caligrafia, pra gente aprender a fazer letra bonita. Todo mundo aprendia o Hino
Nacional, o da Independência e o da Bandeira.
Comecei a lembrar de tudo isso quando me dei conta que hoje é
o Dia do Professor e fiquei curioso para saber se os mestres, agora, são tão
respeitados como eram no meu tempo, quando a gente chamava todos de senhora ou
de senhor. Eram os ‘tios’ e as ‘ssoras’ de hoje.
Quando vi a minha filha sair para a escola, hoje de manhã,
carregando vários cadernos nos braços e uma mochila extremamente pesada nos
ombros, confesso que fiquei pensando se tudo aquilo era realmente necessário
para uma manhã de aula. Perguntei e ela me respondeu que sim. E saiu com seu tênis
moderno, calça de brim e uma jaqueta da escola. Nos ouvidos, os fones do
celular que, pelo menos, deve ficar desligado durante as aulas.
Vim para o computador e fiquei sonhando com o Dia do
Professor no Mena Barreto. Quase todos levavam um presente para a professora.
Um chocolate, uma flor, uma maçã, representavam o carinho que todos sentiam por
aquela figura que, pacientemente, nos ensinava a ler e a escrever. Mais que
isso, nos ensinava como enfrentar a vida que começávamos a viver.
Os tempos mudaram, ainda bem, e as diferenças chegaram com o
passar dos anos. Acho, então, que os alunos, de forma diferente, cultivam o
mesmo carinho, o mesmo respeito e a mesma esperança de aprendizado, por seus
professores. Mas, sem qualquer sentimento de vergonha, confesso que senti uma
saudade muito grande das coisas como elas eram naquele tempo. E seu eu pudesse
voltar alguns (muitos) anos na vida, diria com todo o carinho do mundo a cada
um daqueles que me ensinaram as primeiras letras: Feliz Dia do Professor, meu
caro mestre!
Pedindo a proteção de Deus, desejo a todos um Bom Dia!
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