AMB tenta barrar
programa no STF
A Associação Médica Brasileira (AMB)
entrou nesta sexta-feira, 23, com uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade (Adin) para tentar suspender o programa Mais Médicos. O
governo federal não se pronunciou ainda sobre a Adin, mas o Ministério da Saúde
teve de vir a público para explicar que os médicos cubanos trazidos por
convênio seguirão a lei e a ética brasileiras e os acertos trabalhistas de
Cuba.
No texto enviado ao Supremo Tribunal
Federal (STF), com apoio do Conselho Federal de Medicina (CFM), o advogado da
AMB, Carlos Michaelis Jr, pontua que o Mais Médicos é inconstitucional por ser
adotado por medida provisória - manobra "político-eleitoral para impor
algo inócuo e populista" - e por dispensar de revalidação do diploma
profissionais graduados no exterior, o que "põe a população em
risco".
Na mesma Adin, Michaelis Jr. contesta
a falta de exigência de proficiência na língua e diz que, se aprovado, o Mais
Médicos criará duas medicinas no País, uma de livre exercício e outra "de
escravidão moderna". "A primeira terá os que poderão exercer a
profissão livremente em todo o território nacional. A segunda é composta pelos
médicos intercambistas, que terão seu exercício profissional limitado, com
qualidade duvidosa para atender a população."
A nova disputa entre a classe médica
e o governo chega ao STF antes mesmo de passar pelo Congresso. A ideia é barrar
o programa agora, desde o início, uma vez que nesta sexta-feira já
começaram a chegar os primeiros interessados do exterior. Além disso, neste fim
de semana chegam ao País os primeiros dos 4 mil cubanos que atenderão cidades
não requisitadas na primeira fase do Mais Médicos.(Agência Estado)
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