Câmara enterra reforma política para 2014
Os líderes dos
principais partidos na Câmara dos Deputados decidiram enterrar nesta
terça-feira a proposta da presidente Dilma Rousseff de realizar um plebiscito
às pressas para aprovar a reforma política válida para as eleições do próximo
ano.
A decisão foi tomada
após um encontro dos líderes na casa do presidente da Câmara, Henrique Eduardo
Alves (PMDB-RN), seguido de uma reunião oficial no Congresso. Paralelamente, os
ministros Aloizio Mercadante (Educação) e Ideli Salvatti (Relações
Institucionais) também se reuniram com deputados da base.
Foi a segunda vez que
os deputados sentaram à mesa para deliberar o mesmo assunto: que o Congresso
não tem condições de definir as perguntas do plebiscito e convocar a consulta
popular em poucas semanas, como quer a presidente. "A questão do plebiscito
é de ordem prática. Dentro do prazo que a anualidade constitucional exige, não
haveria como fazer o plebiscito para a eleição de 2014. Isso é uma constatação
de todos. Em termos práticos, se tornou inviável para 2014", sentenciou
Alves, que anunciou a formação de um grupo de trabalho para elaborar uma
proposta de reforma política no prazo de três meses.
Nesta terça, o próprio
PT acabou isolado durante a discussão. O partido agora afirma que tentará
recolher 171 assinaturas para apresentar um projeto de decreto legislativo
destinado a insistir na ideia de armar um plebiscito válido para o ano que vem.
Nas bancadas aliadas,
cresceu a insatisfação com a forma afobada que o governo conduziu a tentativa
de impor a convocação do plebiscito ao Congresso. "O plebiscito para 2014
já foi enterrado. Já teve até missa de sétimo dia. Não se pode criar uma frustração
para a população e aprovar algo que não pode aplicar na próxima eleição. O PT
pode conseguir as assinaturas [para a tramitação do projeto de decreto
legislativo], mas não vai conseguir aprovar", disse o líder do PMDB,
Eduardo Cunha (RJ).
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