Procurador-geral
de SP é contra dois cargos para Afif
O procurador-geral de Justiça de São
Paulo, Márcio Fernando Elias Rosa, manifestou-se nesta quinta-feira pela
"inadmissibilidade" da acumulação de cargos de Guilherme Afif
Domingos (PSD), vice-governador do estado e ministro da Secretaria da Micro e Pequena
Empresa do governo federal. Em parecer de sete páginas, o chefe do Ministério
Público Estadual mandou expedir ofício para a Assembleia Legislativa com
expressa recomendação para "promoção das medidas necessárias à perda do mandato
do vice-governador". Elias Rosa determinou que Afif e o governador Geraldo
Alckmin (PSDB) fossem notificados do fato.
O Ministério Público se pronunciou
formalmente sobre o caso após ser provocado por representação do deputado
estadual Carlos Gianazzi (PSOL). Elias Rosa afirmou que a acumulação de postos
públicos é permitida excepcionalmente e somente quando há permissão expressa
instituída na Constituição Federal. "A acumulação, remunerada ou não, de
cargos, funções e empregos públicos é admitida excepcionalmente no direito
brasileiro, sendo a sede de sua permissão exclusivamente a Constituição
federal", assinalou o procurador-geral. Elias Rosa advertiu que "para
além das expressas autorizações constitucionais não há espaço para cúmulo de
funções públicas".
A Procuradoria é o segundo órgão a se
manifestar contra a dupla função de Afif. Na quarta-feira, a maioria da
Comissão Geral de Ética do estado apontou a "impossibilidade" e a
"inconveniência" da acumulação de cargos "tanto do ponto de
vista jurídico quanto do ponto de vista ético". A comissão também vai
encaminhar parecer à Assembleia, que discute a perda do mandato de Afif na
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A seu favor, Afif tem um parecer da Advocacia-Geral da União
(AGU) segundo
o qual a dupla função é permitida.(Agência Estado)
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