Erenice está de volta, como se fosse
do governo
De olho na reeleição, em 2014, a
presidente Dilma Rousseff já começou a reabilitar ministros demitidos por ela
em 2011 na chamada 'faxina ética'. A reabilitação de aliados pilhados em
malfeitorias, porém, não se limita aos afagos em políticos como Carlos Lupi,
presidente do PDT, e Alfredo Nascimento, presidente do PR. Tem também uma
faceta obscura, restrita aos bastidores. Entre os beneficiários desse processo,
destaca-se a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra.
Braço-direito de Dilma no governo
passado, Erenice foi demitida em setembro de 2010, duas semanas antes da
eleição, depois de VEJA revelar que ela integrava um bem articulado esquema de
corrupção montado no Palácio do Planalto. Com a vitória de Dilma, reconstruiu a
carreira longe dos holofotes. Hoje, ela atua como lobista de sucesso - que
recebe em seu escritório autoridades de primeiro escalão para negociar projetos
bilionários - e participa até mesmo das articulações eleitorais em curso. Na
semana passada, Erenice esteve em Fortaleza com Dilma e a comitiva da
presidente, que cumpriu agenda oficial na cidade. Erenice se hospedou no mesmo
hotel reservado para a equipe presidencial e agiu como se ainda fosse,
formalmente, uma das estrelas do time. Ela conversou com políticos e cobrou
deles empenho na campanha pela reeleição da petista. Apresentou-se sempre como
uma interlocutora do Planalto e quis saber quem simpatizava com Eduardo Campos,
do PSB, o aliado que pode virar adversário na corrida presidencial. Há mais do
que mera lealdade à amiga Dilma nesse tipo de trabalho. Há, isso sim, uma boa
dose de estratégia comercial. Erenice ganha para fazer lobby de interesses
privados junto ao governo do PT, no qual tem uma extensa rede de contatos.(VEJA
online)
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