PF investiga Rose e irmãos Vieira por suspeita
de lavagem
Bens adquiridos por meio de corrupção teriam sido ocultados pela
quadrilha.
A Polícia Federal vai abrir inquérito para investigar por
lavagem de dinheiro a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São
Paulo, Rosemary de Noronha, e
outras pessoas investigadas pela Operação
Porto Seguro – que desarticulou um esquema de compra de pareceres
técnicos de órgãos públicos para beneficiar empresas.
A PF suspeita que bens adquiridos de forma ilícita, a
partir de atos de corrupção, teriam sido ocultados ou dissimulados pela
organização integrada por Rose e Paulo
Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) apontado como
chefe do grupo. Em ofício enviado à Justiça Federal, o delegado Ricardo
Hiroshi, que preside o inquérito da Porto Seguro, pediu e obteve autorização
para abrir uma apuração específica sobre lavagem de dinheiro.
Rose já foi indiciada por outros quatro crimes: corrupção
passiva, tráfico de influência, falsidade ideológica e formação de quadrilha. A
PF enquadrou Paulo Vieira nos crimes de corrupção ativa, falsidade ideológica,
falsificação de documento particular e formação de quadrilha.
Laranjas
Nos relatórios da operação, os investigadores anotaram que
Vieira registrou carros e imóveis em nome de parentes e funcionários. Rosemary
usava um Mitsubishi Pajero TR4 que pertencia à suposta quadrilha. Hoje, o
veículo é avaliado em 55 000 reias. Vieira também seria o dono de um
apartamento em Brasília registrado no nome de seu irmão Marcelo e de outro, em
Ubatuba (SP), no nome de sua mulher.
A PF apura o enriquecimento ilícito de Vieira e seus
irmãos. Um e-mail interceptado em junho revela que Paulo é sócio da P1 Serviços
Gerais, que teve um faturamento de 1,1 milhão de reais de agosto de 2011 a maio
de 2012.
Defesa – O advogado Celso Vilardi, que defende Rosemary Noronha, foi
enfático: "Não vejo nenhuma base para se cogitar de lavagem de dinheiro no
que toca à minha cliente". Pierpaolo Bottini, que defende Paulo Vieira,
informou que vai requisitar judicialmente averiguação das contas do analista do
TCU Cyonil Borges e da mulher dele. O analista do TCU foi quem delatou o
esquema de venda de pareceres para a PF.
(Com Estadão)
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