A sequência de blecautes que
atingiu o Brasil nas últimas semanas levantou suspeitas sobre a segurança do
sistema nacional de transmissão.
Neste ano, já foram 63 cortes.
Só entre os dias 15 de setembro e 15 de outubro, foram 14 desligamentos em
várias regiões - na média, significa quase um corte a cada dois dias. Em 2011,
no mesmo período, foram nove apagões e todos bem menores. Em termos de volume
de energia desligada, os blecautes dos últimos 30 dias foram 153% maiores que
os de 2011.
As informações, retiradas de
relatórios diários do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), coincidem
com a evolução dos desligamentos nos últimos anos. No ano passado, foram 97
ocorrências com cortes de eletricidade acima de 100 MW - número 29% superior ao
de 2007.
Embora o governo garanta que o
sistema nacional tenha alta confiabilidade, especialistas temem que os apagões
sejam uma sinalização de falta de manutenção da rede. "Uma parte do
sistema é cinquentão e deveria ter passado por um processo de manutenção e
substituição. A indicação mais óbvia de que isso não ocorreu são os
apagões", diz o professor da Universidade de São Paulo Ildo Sauer.
O diretor-geral do ONS, Hermes
Chipp, discorda das suspeitas. "Não existe falta de investimento a ponto
de caracterizar o problema (de blecaute). De 2001 para cá, os investimentos
foram enormes." Ele explica que, no caso do sistema existente, os
investimentos em manutenção e reforço precisam ser feitos de forma gradual,
para não impactar a tarifa. (Com Estadão)
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