Ayres Britto diz que o
objetivo de Valério e dos demais réus era "um projeto de poder que vai
muito além de um quadriênio quadruplicado".
"Golpe, portanto,
neste conteúdo da democracia, que é a República, que postula possibilidade de
renovação dos quadros de dirigentes e equiparação das armas com que se disputa
a preferência do voto".
"Nem Direto Penal do
inimigo, nem Direto Penal do compadrio, do aliado; nem raja de sangue no olho,
nem ramalhete de flores nas mãos: nós mantemos a equidistância", diz Ayres
Britto.
"A prova é a voz dos
fatos. Há fatos que silenciam, há fatos que sussurram, outros que falam em
decibéis audíveis, e há fatos que verdadeiramente gritam, porque expõem as
próprias vísceras", afirma.
Ayres Britto diz que
acompanha o relator e absolve Geiza Dias e Anderson Adauto do crime de
corrupção ativa.
O presidente também segue
o relator nas condenações dos réus integrantes do núcleo político.
"Ninguém aqui se
valeu de prova fácil. Nós tivemos o cuidado de fazer o entrelace, o
imbricamento delas", afirma. "Nos interrogatórios, encontro, de modo
claro, os signos da culpabilidade", diz.
Celso de Mello
complementa: "O interrogatório dos réus, embora um instrumento de defesa é
também qualificado como um meio de prova". "Não há nada de novo sob o
sol. Pelo contrário, o STF vem reafirmando a sua jurisprudência, não agindo ad hoc", diz o
decano. "O STF tem mantido ao longo do julgamento o necessário
distanciamento crítico em relação a todos e cada um dos réus", completa
Celso de Mello.
Marco Aurélio pede a
palavra: "Não é crime integrantes de partidos aliados votarem no mesmo
sentido. O que eles não podem fazer é votar a partir da prata, da cooptação a
partir da prata".
Ayres Britto retoma seu
voto: "É impossível deixar de perguntar quem era o inspirador deste
verdadeiro esquema, e quem, se saísse do esquema, levaria ao desmoronamento
dele". "Quando leio o interrogatório de Delúbio Soares, praticamente
assumindo a culpa, então eu não preciso sequer da teoria do domínio dos fatos,
a rigor", diz Ayres Britto.
O ministro Ayres Brito
acompanha o relator e condena oito réus pelo crime de corrupção ativa.
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