É certo que muita gente vai lembrar
de um personagem consagrado de um programa humorístico da televisão. Era um
macaco que, quando ouvia um absurdo, dizia: “Eu só queria entender”. Lembraram?
Pois é. Ontem, ao assistir o voto do
ministro Dias Toffoli, confesso que tive dificuldade para entender os motivos
que o levaram, assim como ao ministro Ricardo Lewandowski, a absolver José
Dirceu do crime de corrupção ativa. Afinal, num quadro de 10 ministros, eles
acabam sendo os únicos dois que insistem na inocência de José Dirceu, chamado
de “chefe da quadrilha” pelo procurador geral.
Como era fácil de prever, Toffoli
condenou todos os outros réus e deixou José Dirceu, seu ex-chefe, seu
companheiro de partido, homem que deve ter influído para que Lula o indicasse
para o STF, para o final de seu voto. E não deu outra. Toffoli votou pela
absolvição de José Dirceu.
O que não consigo entender é como uma
pessoa que trabalhou com o ex-chefe da Casa Civil, que é reconhecidamente
petista, que advogou para o partido, que vive com uma advogada que foi
defensora de um ex-deputado do PT, não se considerou impedido de votar. Muito
pelo contrário, não só não se considerou impedido como votou pela absolvição de
seu amigo. E nem ficou vermelho.
É aí que entra o personagem do
programa humorístico, o macaco. Ele, depois do voto de Toffoli, certamente
diria: “Eu só queria entender”.
Como se sabe, ao final da sessão de
ontem do STF, José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino foram condenados, por
maioria, pelo crime de corrupção ativa.
Para começar o dia, peço licença para
postar um vídeo com dois músicos que procuro ouvir sempre que estou feliz ou
que preciso comemorar algo. São mais de 7 maravilhosos minutos com Duke Ellington e Johnny
Hodges num blues sensacional: Beale Street Blues. Fico torcendo para que a
quarta-feira seja maravilhosa para todos. Meus votos sinceros de Bom Dia!
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