Lewandowski
analisa hoje atuação do delator, Roberto Jefferson. Tendência é que ministro
condene réus por corrupção - e os livre de lavagem de dinheiro
O ministro revisor do processo do mensalão
no Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, retoma seu voto na sessão
desta segunda-feira. E, após anunciar seu entendimento que, por um mesmo fato,
o crime de lavagem de dinheiro não pode ser imputado a um réu já acusado por
corrupção passiva, o ministro deve confirmar a absolvição dos deputados
federais e ex-parlamentares que, ao receberem propina do valerioduto, tentaram
dissimular a origem dos recursos criminosos.
Em seu voto, o magistrado deve condenar os
mensaleiros por terem recebido pagamentos do esquema criminoso, mas vai
livrá-los da acusação de lavagem de dinheiro. A sinalização do revisor sobre a
condenação parcial dos réus ocorreu no caso do ex-presidente do PP, Pedro
Corrêa. Para o Ministério Público, apenas por meio do assessor parlamentar João
Cláudio Genu, a legenda movimentou 2,9 milhões de reais a partir de retiradas
ilícitas de dinheiro. Mas Lewandowski considerou que Corrêa não poderia ser
punido duas vezes – por corrupção passiva e lavagem de dinheiro – por ter
recebido os mesmos recursos.
O magistrado, que no início do julgamento do
mensalão se classificou como um “contraponto” ao voto do relator do caso,
Joaquim Barbosa, deve dar continuidade nesta 27ª sessão plenária do mensalão à
análise da culpabilidade ou inocência dos políticos do PP e dos sócios da
corretora Bônus Banval, Breno Fischberg e Enivaldo Quadrado. Os empresários
intermediavam repasses à quadrilha da agremiação política, lavando e ocultando
a origem do dinheiro do valerioduto, e orientavam funcionários da corretora a
sacar recursos do esquema. Em seguida, a propina era repassada a beneficiários
apontados pela legenda.
Após analisar o envolvimento dos pepistas no
mensalão, Ricardo Lewandowski inicia o voto sobre outros réus e avalia, por
exemplo, a participação do atual parlamentar Valdemar Costa Neto (PR-SP), do
ex-deputado Bispo Rodrigues (PL-RJ) e do delator do esquema, Roberto Jefferson
(PTB-RJ).(Com VEJA online)
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