segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Mensalão

Julgamento: oitavo dia - 4
Ayres Britto chama à tribuna o advogado Ronaldo Garcia Dias, que defende Romeu Ferreira de Queiroz.
Romeu Queiroz, segundo a Procuradoria, recebeu R$ 102 mil para o seu nome na campanha de 2004. Atribuiu ao ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto a responsabilidade pelo repasse de cerca de R$ 350 mil do PT para o PTB. Admitiu o recebimento dos R$ 102 mil de um cliente das agências de Valério, mas afirmou que o dinheiro foi utilizado para campanhas municipais de interesse do PTB. Negou ter participado de esquema de compra de votos. O advogado destaca que Romeu Queiroz é um empresário "muito bem sucedido" de Minas Gerais. "Ele não teve de forma nenhuma abalada a sua credibilidade em razão deste processo, embora tenha ele ensejado sofrimento", afirmou Garcia Dias.
O advogado afirma que Romeu Queiroz recebeu recursos da SMP&B, agência de Marcos Valério, como emissário do PTB, já que era presidente do partido em Minas Gerais. “Esses valores em absoluto passaram para o parlamentar Romeu Queiroz, passaram para o dirigente partidário Romeu Queiroz”, afirmou.
“Ninguém disse para o Romeu Queiroz: 'Olha, esse dinheiro veio do subterrâneo'. Não, não. O dinheiro veio do PT. Tinha uma aparência de origem sadia".
Os recursos que o MPF acusa Romeu Queiroz de ter recebido da SMP&B eram advindos do PT  e da empresa Usiminas para financiar campanhas do PTB nas eleições de 2004, diz o advogado. Segundo ele, o presidente da Usiminas admite que realizou as doações ao partido.
Advogado diz que Delúbio Soares avisou o PTB que tinha dinheiro disponível do PT. Ele negou envolvimento de Romeu Queiroz na negociação e nos saques e que o ex-deputado tivesse usado do dinheiro em proveito próprio.
O advogado nega que o dinheiro recebido por Romeu Queiroz foi para compra de votos. Lembra que o PTB fazia parte do governo Lula e que o ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, era do partido. A liderança do PTB na Câmara orientava a base do partido a votar com o governo, diz.
O advogado cita o escritor Gabriel Garcia Marquez e diz que alguns veículos de imprensa "estão trazendo crônicas de uma sentença anunciada" do mensalão.

O ministro Ayres Brito chama o último defensor a usar da palavra no dia de hoje, O advogado Inocêncio Mártires Coelho. Ele defende o ex-deputado José Borba (PMDB-PR), que se elegeu prefeito no interior do Paraná em 2008.
Deputado do PMDB na época, José Borba é acusado de receber R$ 200 mil para votar com o governo pelo mensalão.
Advogado diz que Ministério Público Federal não foi capaz de apresentar provas contra os réus do mensalão. “No presente caso, pode-se dizer que o essencial do debate tem tratado, sobretudo, daquilo que o Ministério Público não conseguiu provar, embora lhe coubesse esse ônus sob pena de tornar inconsistente a peça acusatória",afirma.
Para a defesa, a denúncia contra José Borba se baseia nos depoimentos do publicitário mineiro. “Quem é Marcos Valério? Trata-se de um personagem cuja própria denúncia afirma que apresentou informações inconsistentes.  É neste informante que o MPF se apóia para dizer que ele recebeu determinadas quantias por sua atuação, que só pode ser a atuação parlamentar", diz o advogado Mártires Coelho.
O advogado afirma não haver provas materiais de que José Borba foi beneficiado pelo mensalão. “A própria denúncia reconheceu não haver prova material do recebimento do determinado valor por José Borba. Mesmo assim o Ministério Público formulou acusação contra José Borba valendo-se da tática: Se colar, colou’”, afirmou.

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