Ex-presidente
da empreiteira Delta pediu ao STF para não depor; também foi convocado
ex-diretor de empresa pública ligado ao PSDB de São Paulo.
A Comissão
Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira tem quatro depoimentos
marcados para esta semana. Entretanto, o mais esperado deles não deverá ocorrer
– o ex-presidente da empreiteira Delta Fernando Cavendish impetrou habeas
corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo para não comparecer à CPMI. Se
esse pedido não for atendido, ele pede que lhe sejam asseguradas todas as
garantias que vêm sendo conferidas a outros convocados – permanecer em silêncio
e não assinar termo de compromisso de dizer a verdade. Cavendish foi convocado
para depor nesta quarta-feira (29).
Com o
provável silêncio de Cavendish, as atenções se voltam para o ex-diretor-geral
do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio
Pagot, que deporá nesta terça-feira (28). Ele disse, em diversas entrevistas,
que está disposto a colaborar com a CPMI. Pagot deixou o Dnit em 2011, após
denúncias de irregularidades, e atribuiu a pressão pela sua saída ao grupo
comandado por Cachoeira, que defendia os interesses da Delta no órgão. Ele
afirmou que era procurado por partidos para captar doações de empreiteiras para
campanhas políticas.
Quem também
tem depoimento marcado para terça-feira é o empresário Adir Assad, dono das empresas
JSM Terraplenagem e SP Terraplenagem, entre outras, apontadas como ‘laranjas’
do suposto esquema Delta/Cachoeira. Assad também pediu ao STF um habeas corpus
para garantir o direito de ficar em silêncio e de não se autoincriminar.(Agência
Câmara)
Na
quarta-feira, a CPMI vai ouvir o engenheiro Paulo Vieira de Souza, conhecido
como Paulo Preto. Ex-diretor da empresa Desenvolvimento Rodoviário S.A.
(Dersa), do governo de São Paulo, ele é acusado de atuar junto ao Dnit em busca
de recursos para a campanha do ex-governador José Serra (PSDB) à Presidência da
República.
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