Em depoimento ao
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o juiz substituto da 11ª Vara da Justiça
Federal em Goiânia, Paulo Augusto Moreira Lima, disse que o bicheiro Carlinhos
Cachoeira sabia das investigações da Polícia Federal (PF) um mês antes do início
da Operação Monte Carlo.
Alegando ser vítima
de ameaças de morte, Paulo Augusto pediu afastamento do caso. Ele disse à
Corregedoria do Conselho que, depois do vazamento dos dados sigilosos, a
organização tentou neutralizar a ação da PF e da Justiça. O juiz disse que o
grupo de Cachoeira teve acesso ao nome do magistrado que cuidava do caso, ao
nome da operação e à lista de investigados, bem como soube que haveria mandados
de busca e prisão sendo analisados pela Justiça. Moreira Lima afirmou ainda que
o grupo também foi informado de detalhes de sua rotina e de que ele estava trabalhando
quase que exclusivamente na elaboração de decisões contra o esquema ilegal de
jogos em Goiás.
O CNJ foi chamado a interceder na Justiça Federal em Goiás
em razão das suspeitas de que o telefone do juiz titular da 11ª Vara, Leão
Aparecido Alves, foi grampeado por ordem de Moreira Lima, que comandava, como
substituto, o processo da Operação Monte Carlo. Leão entrou com uma
representação contra Moreira Lima na Corregedoria-Geral do Tribunal Regional
Federal da 1ª Região (TRF-1). O CNJ, então, foi acionado par tentar resolver a
contenda entre os juízes.
Segundo apuração
do CNJ, o telefone Leão estava, de fato, no rol das escutas porque sua mulher,
Maria do Carmo Alves, teria conversado com pessoas que estavam sob investigação
no caso dos jogos ilegais em Goiás.
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