Quem não teve voto nas
urnas acha que pode judicializar tudo
Alexandre Garcia
Como a gente sabe,
partidos que têm pouco votos nas urnas — e, portanto, pouca representatividade
no Congresso Nacional — estão recorrendo ao STF como caminho para incomodar o
governo Bolsonaro.
Nesta quarta-feira (7),
foi a vez do PDT. O partido pediu à Corte que Bolsonaro dê explicações sobre o
discurso que fez na ONU acerca do Pantanal e da Amazônia, sobre a ação de ONGs
nas florestas. Bom, a peça caiu nas mãos de Dias Toffoli, que negou o pedido.
Não sei se foi resultado
das conversas do presidente Jair Bolsonaro com os ministros da Corte, mas o
fato é que está dando certo esse diálogo. Imagina se a ministra Cármen Lúcia
tivesse seguido o mesmo caminho quando pediu que o Ministério da Defesa
explicasse o que as Forças Armadas fazem na Amazônia...
Jorge Oliveira no TCU
Também nesta quarta,
Bolsonaro indicou o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge
Oliveira, para o Tribunal de Contas da União. Os dois trabalharam juntos na
Câmara quando Bolsonaro era deputado. O ministro também já trabalhou com
Eduardo Bolsonaro.
O atual presidente do TCU,
José Múcio, avisou que vai se aposentar três anos antes da idade máxima. Por
isso, foi necessário que o presidente Bolsonaro indicasse alguém para o órgão
legislativo.
Pizza sai mais barato
Tem muita gente brava com
o fato de Bolsonaro estar interagindo com chefes de outros poderes em torno de
uma mesa. Mas fiquem tranquilos. O presidente só está “negociando” rodeado de
pizzas, jantares e cafés da manhã.
Em outros tempos, tinha
presidente que negociava em torno de malas de dinheiro, contratos fraudulentos
de empreiteiras e estatais, ou de entreguismo de ministérios. Pois bem, sai
mais barato pagar uma pizza.
Desembargador repreende
juiz
A nomeação de um
subtenente para coordenador regional da Funai no Xingu havia sido cancelada por
um juiz de primeira instância. Ao julgar recurso do governo, um desembargador
repreendeu o magistrado dizendo o seguinte: “o juiz interferiu no exercício
regular da competência administrativa de natureza discricionária atinente à
direção superior da administração pública federal”.
Ele continuou:
“interferindo também, por consequência, na própria organização administrativa
estrutural da Funai”. É isso, a Justiça não deve se meter nisso, é da
competência do presidente da República escolher. Ele foi eleito para isso. É
algo mais do que natural, é óbvio.
Recado às redes de TV
A Justiça Eleitoral do Rio
de Janeiro intimou o prefeito e candidato à reeleição Marcelo Crivella e a Rede
Record por suposta propaganda subliminar durante a programação da televisão.
Disse a juíza Luciana
Mocco Lima: “as emissoras de TV devem se manter isentas durante todo o pleito
eleitoral, já que são prestadoras de serviços público em regime de concessão ou
permissão”. O recado foi generalizado.