Nove estados e DF podem
voltar
às aulas nas escolas particulares
As demais unidades da
federação estão sem data definida - Foto: AB
Após cerca de quatro meses
com as aulas suspensas, estados começam a sinalizar a volta às aulas
presenciais nas escolas. De um lado, melhor equipadas, de maneira geral, que as
escolas públicas, as escolas particulares defendem que estão prontas para uma retomada
com segurança. Do outro, há professores e funcionários que não se sentem
seguros com o retorno e dizem que a permanência nas salas de aula e uma maior
circulação de pessoas nas cidades podem aumentar os casos de infecção por
coronavírus.
De acordo com o Mapa de
Retorno das Atividades Educacionais presencial no Brasil, elaborado diariamente
pela Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), até sexta-feira (31),
havia, no país, um estado com a reabertura autorizada das escolas, Amazonas.
Outros nove estados e o Distrito Federal têm propostas de data para retornar às
atividades presenciais. São eles: Acre, Pará, Maranhão, Piauí, Rio Grande do
Norte, Alagoas, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. No Rio de Janeiro, na
capital, a prefeitura autorizou o retorno facultativo para algumas séries este
mês. As demais unidades da federação estão sem data definida.
“Na parte operacional já
está tudo certo, temos protocolo, a gente já sabe o que fazer. Agora é uma
questão política, porque, tecnicamente, já têm as condições sanitárias em
muitos locais para voltar. Tem a necessidade das escolas funcionarem para não
quebrarem, necessidade dos pais e das crianças. Também, para não prejudicar as
crianças do ponto de vista pedagógico. Tem todas essas questões. Agora, a
decisão é política”, diz o presidente da Fenep, Ademar Batista Pereira.
Professores e
trabalhadores em educação, no entanto, dizem que não estão sendo consultados
para a definição dos protocolos de segurança e que temem um retorno às aulas.
“Neste momento, não existe protocolo seguro, não existe. Os órgãos de saúde
estão dizendo que é perigoso, que não tem condição, nem com afastamento. Ainda
mais criança. Não tem condição de garantir um protocolo completamente seguro”,
diz a coordenadora geral da Contee, Madalena Peixoto.
A questão foi levada para
o Ministério Público e para a Justiça em algumas unidades da federação. Segundo
levantamento da Contee, no Distrito Federal, o Sindicato dos Professores em
Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinproep-DF) acionou o Ministério
Público. Em reunião entre o Ministério Público do Trabalho e a 6ª Vara do
Trabalho, ficou mantida a suspensão das aulas presenciais nas escolas do setor
privado do DF. Uma audiência de conciliação envolvendo as várias partes está
marcada para segunda-feira (3). Em São Paulo, a Federação dos Professores do
Estado de São Paulo (Fepesp) também acionou o Ministério Público do Trabalho
contra a volta às aulas, previstas para 8 de setembro.
No Mato Grosso, o Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino no
Mato Grosso (Sintrae-MT) notificou os estabelecimentos de ensino da
responsabilidade pela garantia da incolumidade física e mental dos professores
e administrativos ao convocá-los para a realização de atividades em suas
dependências. Na cidade do Rio de Janeiro, os professores decretaram, em
assembleia do Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e
Região (Sinpro-Rio), uma greve no início de julho.
Fonte: Agência Brasil