A contundente resposta dos
militares a Gilmar Mendes
Por Alexandre Garcia
O ministro da Ciência e
Tecnologia, o astronauta Marcos pontes, demitiu a senhora que era coordenadora-geral
do Inpe para observação da Terra. O ministro tem sido cobrado pelo presidente
da República sobre as queimadas e os desmatamentos.
O vice-presidente Hamilton
Mourão coordena esse grupo da Amazônia. Ele vai pedir 120 dias para diminuir o
desmatamento, porque o Brasil precisa dar uma resposta à propaganda negativa
que fazem do país em relação à proteção da floresta amazônica.
Repúdio das Forças Armadas
Eu nunca vi uma nota de
militares tão grave e marcante como essa que foi feita para o ministro do
Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. Tem muita gente vibrando com essa
resposta.
Mas ele extrapolou também.
O ministro afirmou que o Exército estaria se associando a esse “genocídio” ao
manter militares no Ministério da Saúde, se referindo à forma com que o governo
está tratando o coronavírus.
Só tem um único militar da
ativa no governo que é o ministro interino da Saúde, o general Eduardo
Pazuello. Havia o general Luiz Ramos, que há 10 dias passou para a reserva. E
todos os demais militares no governo estão na reserva. Militares da reserva são
como todos os civis.
A nota do Ministério da
Defesa foi assinada pelo ministro-general Fernando Azevedo e Silva e pelos
comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica. O texto afirma que os
comandantes repudiam veementemente a acusação apresentada pelo senhor Gilmar
Mendes contra o Exército brasileiro. Nem sequer o chamam de ministro do STF.
“Comentários dessa
natureza, afastados dos fatos, causam indignação. Trata-se de uma acusação
grave, infundada, irresponsável e leviana. O ataque gratuito a instituições de
Estado não fortalece a democracia”.
Por fim, os autores avisam
que o Exército, a Marinha e a Aeronáutica estão dedicados a proteger as
populações durante a pandemia e que o Ministério da Defesa vai encaminhar
representação à Procuradoria-Geral da República para que as medidas cabíveis
sejam tomadas.
Eu nunca vi os ministros
da Suprema Corte dos EUA dar declarações, ir a coquetéis ou tomar atitudes
afins. Juízes falam nos autos, mas no STF há alguns que passam o dia dando
entrevistas e fazendo declarações.
O problema é que essas
declarações acabam conflitando com os votos deles, com as relatorias de
processos. Pode acontecer de estarem falando sobre um assunto que mais tarde
eles vão precisar julgar, isso é muito ruim. A reação dos militares e do
Ministério da Defesa foi ótima.
Solidariedade a Nise
Como eu falei a respeito
da atitude completamente descabida do Hospital Albert Einstein de repudiar a
fala da médica Nise Yamaguchi, que comparou o medo que as pessoas têm do
coronavírus ao holocausto, ela me ligou.
Eu acho que o hospital vai
voltar atrás na fala. Eles precisam ler de novo o que ela disse, porque quem
deu a declaração deve seguir a cartilha de Paulo Freire, porque lê e não
entende o que leu.
Ela me contou que recebeu
do médico Vladimir Zelenko, de Nova Iorque, que é judeu e o homem da hidroxicloroquina
lá nos Estados Unidos, uma mensagem de apoio e solidariedade.
Zelenko costuma dizer que
parece que querem que o brasileiro morra porque não se está usando um
medicamento que existe e que, segundo ele, está dando certo. Ele também diz
preferir viver empiricamente do que morrer cientificamente. Eu acho que nós
temos que nos curvar à experiência do dia a dia e não à ciência.