Tem governante caindo em conversa
de malandro.
Ou será ele, o malandro?
Por Alexandre Garcia
A Operação Placebo está repercutindo muito lá
no Rio de Janeiro. Os policiais federais entraram no palácio do governador e no
escritório de advocacia da primeira dama. Chegaram ao governador Wilson Witzel
por meio de documentos da operação que prendeu Mário Peixoto há duas semanas.
Os policiais também foram na casa do
ex-subsecretário executivo da Secretaria de Estado de Saúde, Gabriel Neves. Ele
já tinha sido preso em outra operação, na época foi afastado do cargo.
Foram 12 mandados de busca e apreensão por
ordem de um ministro do Superior Tribunal de Justiça. Tudo começou com a
Polícia Civil do Rio de Janeiro, depois o caso foi para o Ministério Público
Estadual e em seguida para a Polícia Federal.
Witzel está sendo acusado de envolvimento no
desvio de verba da construção de hospitais de campanha e de materiais de saúde.
Todo esse dinheiro estaria sendo depositado como honorários advocatícios na
conta dos escritórios de advocacia da primeira dama e de um secretário do
governador.
O que me admira nesta história é que o
governador já foi juiz federal, portanto, conhece muito bem a lei — o que é um
agravante. Além disso, ele serviu como fuzileiro naval. Eu espero que ele
consiga explicar bem tudo isso. Witzel disse que não vai renunciar ao cargo de
governador.
Quando se está fazendo pesquisas de
medicamento com seres humanos, alguns pacientes recebem o remédio e outros
recebem placebo, que é uma substância inativa. A Polícia Federal é muito talentosa
ao dar títulos para suas operações.
Na segunda-feira (25), foi deflagrada a
Operação Dispneia, no Ceará. Dispneia é sinônimo para falta de ar. A operação
tratou de respiradores que estavam sendo superfaturados no estado. Tem muita
gente ganhando dinheiro às custas da tragédia de um povo.
É muita malandragem
Hospitais privados estão tendo problemas
financeiros porque estão vazios praticamente, já que no momento cirurgias que
não são urgentes foram adiadas. As pessoas estão com medo de ir ao hospital e a
doença vai se agravando.
Por que ao invés de fazerem hospital de
campanha com altos custos, os governos não fizeram convênios com hospitais
privados? Assim, os leitos que estão vazios seriam aproveitados para os
pacientes com coronavírus.
Como é que o governador de Minas Gerais compra
um respirador barato e os outros pagam cinco vezes mais? Certeza que é porque o
de Minas Gerais não está superfaturando a compra e os outros ou estão caindo em
conversa de malandro ou são malandros.
Combustível iraniano
Chegaram navios do Irã carregados de
combustível para a Venezuela. Mas como se o país é um dos membros da OPEP, a
Organização dos Países Exportadores de Petróleo. Eles produziam 1,3 milhão de
barris de petróleo por dia. E agora a Venezuela precisa importar combustível.
Faça-me o favor
Deputados do PT pediram o impeachment e a
quebra do sigilo telefônico do general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de
Segurança Institucional. Isso porque, para eles, o final da nota que ele soltou
quando pediram a quebra do sigilo telefônico do presidente foi uma ameaça à
democracia.
O final da nota dizia “poderá ter
consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional”. Obviamente, quando
ele escreveu isso se referiu à desarmonia entre os poderes que essa quebra
poderia gerar.
Falar em nota numa hora dessa é a mesma coisa
que falar em corda em casa de enforcado. As bilhões de notas que ameaçaram a
democracia e a estabilidade nacional foram as da Petrobras, dos bancos
estatais, dos contratos com empreiteiras e empresas públicas.