Fachin mostrou as garras
Sem dúvidas, da sessão que
determinou o fim da farsa montada pelo PT e que impugnou a candidatura de Lula,
condenado e preso por lavagem de dinheiro e corrupção, restou o episódio
lamentável do voto do ministro Edson Fachin, petista declarado, ex-advogado do
partido e nomeado por Dilma para o STF.
Dos sete ministros que
votaram na noite de ontem (31), Fachin foi o único que, provavelmente atendendo
determinação de seu chefe, admitiu a palhaçada feita por dois dos 18 membros do
Conselho de Direitos Humanos da ONU, que recomendou a participação de um
condenado e preso na campanha eleitoral.
Dos sete ministros que
integram o Tribunal Superior Eleitoral, seis, exatamente seis, acompanharam o
voto do relator, ministro Luiz Barroso, que desconsiderou a manobra feita por
dois consultores particulares que emitiram um parecer que, segundo os mesmos,
só será apreciado pelo plenário do Conselho no ano que vem, sem previsão de
data.
Disse o relator, entre
outras coisas, que o parecer não tem nenhuma força e descartou, de plano,
aquilo que os advogados petistas tanto queriam, ou seja, a aceitação do parecer
dos consultores que jamais consultaram o
governo brasileiro ou permitiram que houvesse uma contra argumentação do
Brasil.
Mesmo se declarando
votante e defensor da Lei da Ficha Limpa, Fachin permitiu que seu petismo
falasse mais alto e expôs sua biografia ao vexame de passar por cima da lei e
mostrar suas garras ao aceitar o parecer dos consultores, mesmo sabendo que o
que eles disseram não tem valor jurídico algum.
Com sua fala mansa e
gestos preparados, Edson Fachin iludiu até aqui, mas agora não conseguirá
enganar mais. Votou contra Lula e o PT quando sabia que perderia. No momento
decisivo, quando foi preciso defender o chefe e o partido a qualquer custo, não
pensou um só minuto na justiça brasileira, esqueceu que mais vale o que
determinam nossas leis e se agarrou a um parecer inútil de dois, repito, dois
ilustres desconhecidos que, como ele, queriam que o corrupto, condenado em
segunda instância e preso, disputasse a eleição.
Não foi agora, ministro
Fachin, e queira Deus que não seja nunca que suas manobras disfarçadas de voto,
prosperarão. Felizmente ainda temos no Brasil alguns juristas que,
diferentemente do seu partidarismo barato, tratam as leis dentro do que ela
determina.
Não esqueça, jamais, que a
Lei da Ficha Limpa, prevê que todo o condenado em instância superior, não pode
concorrer, mesmo que o senhor, seu partido e dois consultores da ONU queiram.
A Farsa acabou, ministro
Fachin e, com ela, sua tentativa inútil de permitir que seu partido volte ao
poder.