terça-feira, 24 de julho de 2018
➤Em defesa de Lula
Manifestantes jogam tinta
vermelha no STF
Foto: ESTADÃO/REPRODUÇÃO |
Cerca de 20 apoiadores do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
condenado e preso pela Operação Lava Jato, protestaram nesta
terça-feira, 24, na entrada da sede do Supremo Tribunal Federal (STF),
em Brasília. O grupo jogou tinta vermelha no Salão Branco da Corte e pediu a
liberdade do ex-presidente, condenado pelos crimes de corrupção passiva e
lavagem de dinheiro.
O ato ocorreu no fim da
manhã desta terça-feira, 24, e durou pouco mais de vinte minutos. A
Polícia Federal foi acionada pela equipe de segurança do Tribunal. Nenhum
integrante do grupo havia sido detido. A Secretaria de Comunicação do Supremo
também não havia se manifestado sobre o episódio.
De acordo com a equipe de
segurança do Supremo, os manifestantes são os mesmos que, na sexta-feira, 20,
criticaram decisões recentes do colegiado, o salário dos magistrados e a prisão
do ex-presidente Lula.
Os protestantes iniciaram
o ato na Praça dos Três Poderes e o encerraram na parte detrás do prédio
principal da Corte. Em seguida, foram embora em duas vans. Os integrantes do
grupo levavam cartazes representando a carteira de trabalho brasileira, a
Constituição Federal e a marca da Petrobrás.
Seguranças presentes no
momento do ato mostraram à reportagem fotos e vídeos dos manifestantes, que
gritavam "Lula livre" e carregavam cartazes pedindo a liberdade do
petista. Um dos seguranças que tentou impedir a ação dos manifestantes ficou
com uma marca de mão em sua camisa.
Agência Estado
➤Ricardo Noblat
O condenado mais inocente
do mundo
Insiste em dizer a
senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT, que se a Justiça apresentar uma
prova da culpa de Lula, uma única reles prova, ele não será candidato a
presidente. Então se resignará a cumprir a pena de 12 anos e um mês de cadeia
pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Quer dizer que nenhuma das
provas que o condenou foi convincente? Que errou o juiz Sérgio Moro ao
condená-lo, e depois erraram os juízes do tribunal de Porto Alegre que por duas
vezes o condenaram? Sem falar dos juízes dos tribunais superiores que negaram todos
os recursos de sua defesa até aqui?
E o mundo civilizado não
reagiu contra tão escandalosa injustiça? Somente os governos da Venezuela,
Cuba, Bolívia e Nicarágua reagiram? Os Estados Unidos não? Nenhum país europeu?
A China calou-se? A Rússia nada disse? Calada ficou a Organização das Nações
Unidas? Barbaridade!
O mais trágico é ver os
brasileiros assistirem sem revolta a prisão do mais popular presidente que o
país já teve, não é verdade? Pelo menos 30% desse povo dizem que votariam em
Lula outra vez, mas é só. Nada fazem. Não vão às ruas para protestar. Não
incendeiam o país como tanto temeram ministros do Supremo Tribunal Federal.
Povo ingrato, esse. Ou
povo sábio que não se deixa enganar por um político preso travestido de preso
político.
Portal da Revista VEJA
➤H1N1 mais agressivo
Mortes por gripe triplicam
Com o avanço do vírus H1N1, o número de mortes por gripe neste
ano no Brasil quase triplicou em relação ao mesmo período do ano passado. São 839 vítimas, segundo dados do Ministério da
Saúde, até 14 de julho. Considerado mais agressivo, o tipo H1N1 do
vírus é o que mais circula no País. O total de óbitos já é 68% maior do que o
relatado em todo o ano de 2017.
O número de registro de
casos de gripe também aumentou: houve alta de 162% ante o mesmo período do ano
passado. De acordo com especialistas, também é comum haver subnotificação de
ocorrências menos graves.
Coordenador de Controle de
Doenças da Secretaria da Saúde de São Paulo, o infectologista Marcos Boulos
explica que o tipo de vírus em circulação no País hoje é mais agressivo em
relação ao que circulou há um ano. “O H1N1 é mais agressivo. Mata em todas as
idades e o H3N2 (outro tipo de vírus) pega mais em idosos”, diz.
O Estado é o mais afetado.
Segundo o ministério, são 1.702 casos dos 4.680 de todo o País. E quase 40% das
mortes por gripe no Brasil foram registradas em São Paulo (320). Nem todos
óbitos são de pacientes com pelo menos um fator de risco (como gravidez,
diabete e velhice). Do total de mortos, um em cada quatro não se encaixa nesses
grupos mais vulneráveis.
Para o infectologista, é
possível que a transmissão tenha queda com a diminuição do frio. “Mas ainda não
começou a cair. Temos níveis altos de transmissão.” Só na capital, houve,
segundo a Prefeitura, 59 mortes até terça-feira da semana passada (42 delas por
H1n1) – ante 22 no mesmo período de 2017. A situação também preocupa no
interior.
Em Bauru, há um mês morreu o
mecânico Alberto Baroni, de 46 anos, deixando a mulher, Ângela, e três filhos.
“Não dá para acreditar. Bastou uma gripe forte e perdi meu marido.” Na cidade,
diz a prefeitura, são 27 casos este ano – a maior parte por H1N1. Das dez
mortes, 9 foram por esse subtipo.
Altamente contagiosa, a
gripe pode ser prevenida com a vacina. As doses disponíveis na rede pública
protegem contra os três subtipos do vírus (H1N1, H3N2 e influenza B). O País
conseguiu bater a meta de vacinar 90% do público-alvo este ano, após duas
prorrogações da campanha. Mas a cobertura vacinal não é homogênea. O
Centro-Oeste e o Nordeste foram as únicos regiões a atingir a meta. Norte,
Sudeste e Sul tiveram as menores coberturas, 86,6%, 86,9% e 88,6%,
respectivamente.
O público das gestantes e
das crianças entre 9 meses e 5 anos é o que mais preocupa. Entre as grávidas do
Estado, a cobertura é de só 70%. Já entre as crianças, é de 79%, ainda assim
abaixo da meta. Na capital paulista, a cobertura é ainda menor: 54,8% entre as
gestantes e 58,4% entre as crianças. No País, esses mesmos grupos não atingiram
o objetivo de proteção.
Agência Estado
➤OPINIÃO
O candidato do sistema
Eliane Cantanhêde
Jair Bolsonaro e Geraldo
Alckmin estão em situações exatamente opostas na corrida pela Presidência.
Bolsonaro tem sólidas intenções de voto, mas não apoios políticos e garantia de
governabilidade. Alckmin é o contrário: tem sólidos apoios políticos, mas precisa
revertê-los em intenções de voto.
Sob outra ótica, o capitão
reformado do Exército é o outsider numa campanha marcada pela irritação e pelo
desprezo pela política. Já o ex-governador de São Paulo é o candidato do
“sistema”, ou do status quo, aquele que transmite segurança em meio a tantas
crises e a tanta insegurança na política e na economia. Notícia boa para a
campanha do tucano equivale a notícia boa nas Bolsas e no mercado de câmbio.
Bolsonaro dialoga
diretamente com o eleitor e a eleitora, numa linguagem que eles entendem e
replicam. Alckmin discursa para o mercado, o mundo político, os formadores de
opinião. Nesse confronto, Bolsonaro tentava uma pressão de baixo para cima:
usar seu apoio popular para conquistar apoio político. Não deu certo. E Alckmin
passa a tentar uma pressão de cima para baixo: usar seu apoio
político-partidário para conquistar votos populares. Dará certo?
A pergunta-chave para
Bolsonaro vem do alerta feito pela peculiaríssima professora Janaina Paschoal,
cotada para ser sua vice: sem alianças e sem ampliar o diálogo, como Bolsonaro
vai garantir condições de governabilidade, caso eleito? Isso não é brincadeira,
é muito sério. Já a pergunta-chave para Alckmin é, mais uma vez, no sentido
oposto: ser o candidato do “sistema”, dos mercados, da elite e do Centrão atrai
ou afasta votos? Engrossa ou não os porcentuais nas pesquisas?
Outra diferença gritante é
que Bolsonaro deu de ombros para a mídia tradicional e chegou à liderança das
pesquisas (atrás apenas do ex-presidente Lula, tecnicamente ficha-suja) usando,
primeiro, as redes sociais; depois, palanques improvisados; enfim, o boca a
boca. Alckmin, porém, continua convencido de que “quem ganha eleição é a TV”.
Está até agora esperando o início da propaganda eleitoral para deslanchar nas
pesquisas – para aflição de tucanos e seus aliados.
Agora, quem entra em campo
são as tropas. Bolsonaro tem apoios voluntários e distribuídos pelas regiões.
Alckmin passa a contar com um exército que tem PSDB, DEM, PSD, PP, PR, PRB,
Solidariedade, PPS e PV. Significa, além de 40% de todo o tempo da propaganda
eleitoral na TV, também um batalhão de vereadores, prefeitos, deputados e cabos
eleitorais trabalhando pela candidatura. Sem considerar, claro, as dissidências
nos Estados.
Enquanto Bolsonaro tenta
um vice atrás do outro, Alckmin sonha com Josué Gomes da Silva, um dos maiores
empresários do País, simpático à esquerda e à direita e de um Estado decisivo:
Minas Gerais. Só depende do próprio Josué e das pressões do PT.
Como na física, a uma ação
corresponde uma reação. Se Alckmin conseguiu reunir o Centrão, é natural que as
esquerdas tentem uma aglutinação em torno de um nome. Mas que nome? Além de
Lula, os demais amargam 1% nas pesquisas e Ciro Gomes, do PDT, está tão “biruta
de aeroporto” quanto o PSB. Vai do PT ao DEM, volta do DEM ao PT e não chega a
lugar nenhum, ou a aliança nenhuma. A única certeza é que as esquerdas estão
imobilizadas por Lula e sua candidatura fantasma.
Afora isso, Marina é uma
candidata que, de tão discreta, nem parece candidata. E Henrique Meirelles é um
candidato que, de tão inexpressivo, parece que não vai longe nem mesmo no MDB.
É assim que a eleição vai ganhando forma e rumo. Bolsonaro tem voto, Alckmin
tem partidos, Ciro atira para todo lado, Marina é válvula de escape e todos
esperam – ou temem – o nome do PT.
Portal do Estadão, em
24/07/2018
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