Wilson Simonal
(Rio de Janeiro, 23 de fevereiro de 1938 — São Paulo, 25 de junho de 2000) foi um cantor brasileiro de muito sucesso
nas décadas de 1960 e 1970, chegando a comandar um programa na TV Tupi, Spotlight, e dois programas na TV Record, Show
em Si... Monal e Vamos
S'imbora, além de assinar o que foi considerado na época o
maior contrato de publicidade de um artista brasileiro, com a empresa
anglo-holandesa Shell.
domingo, 20 de novembro de 2016
BOA NOITE!
FUTEBOL
36ª RODADA
Domingo – 20/11
17 horas
Grêmio 3 X 0 América MG – Arena Grêmio
Vitória 4 X 0 Figueirense – Barradão
Palmeiras 1 X 0 Botafogo – Arena Palmeiras
Cruzeiro 2 X 2 Santos – Mineirão
Atlético PR 2 X 0 Sport – Arena Baixada
Ponte Preta 1 X 0 Fluminense – Moisés Lucarelli
19h30
Flamengo 2 X 2 Coritiba – Maracanã
Chapecoense 2 X 0 São Paulo – Arena Conda
Santa Cruz 3 X 3 Atlético MG – Arruda
Segunda – 21/11
20 horas
Corinthians _ X _ Internacional – Arena CorinthiansCLASSIFICAÇÃO
OPINIÃO
Questão de vida ou morte*
Eliane Cantanhêde
Se a classe média, a economia e o País foram ao paraíso
nos anos Lula, como, quando, onde e por que o “Brasil grande” da era petista
começou a dar errado até se esborrachar no inferno da recessão, inflação,
juros, desemprego e impeachment de Dilma Rousseff? É a essas perguntas que
“Anatomia do Desastre”, da editora Portfolio-Penguin, 264 pág., responde com
uma clareza estarrecedora.
O momento crucial ocorre em 2005, terceiro ano do governo
Lula, e tem como personagem chave a própria Dilma. O Brasil estava em êxtase,
com o boom internacional das commodities, a continuidade da herança bendita de
FHC, Lula como salvador da pátria, a sociedade vibrando. Condições perfeitas
para o “choque de austeridade” que Delfim Netto, Antonio Palocci e Paulo
Bernardo articulavam para sedimentar o futuro, baseado em déficit nominal zero
por cinco a dez anos. Aliás, uma versão preliminar da atual PEC do teto dos
gastos.
Na reunião decisiva, relata o livro, Dilma olhava para o
teto, como que distraída, e tamborilava os dedos na mesa, como que impaciente,
para então demolir as teses de austeridade e responsabilidade fiscal com uma
ode ao populismo: “Despesa é vida!”. Meses depois, em entrevista ao Estado,
desqualificou a proposta a seu estilo: “É rudimentar”.
Como a história mostrou dramaticamente, rudimentar era
ela, que não apenas decretou ali o fim do “choque de austeridade”, mas o
ambiente para as pedaladas, o descontrole fiscal, o desastre na economia e, por
fim, o enterro do próprio mandato. Com um detalhe sórdido: Dilma só era
ministra das Minas e Energia, fora do núcleo das decisões. Como teve tanta
audácia? Segundo o livro, ela não falava por ela, mas falava por Lula, já
empenhado na reeleição em 2006 e na perpetuação do PT no poder. Logo, Lula e
Dilma construíram juntos o desastre.
E foi assim que Dilma subiu depois a rampa do Planalto
endeusando a “despesa”, carregando a “nova matriz econômica” debaixo do braço,
desdenhando o tripé econômico de austeridade fiscal, meta de inflação e câmbio
flutuante e capaz de manipular preços públicos e desonerações fiscais de acordo
com suas ideologias políticas, suas crenças intervencionistas e as
conveniências eleitorais do PT (e dela). Deu no que deu. Mas não foi nenhuma
surpresa para os autores de “Anatomia do Desastre”.
Ano após ano, desde o final da era Lula, os jornalistas
Cláudia Safatle e Ribamar Oliveira, do Valor Econômico, e João Borges, da
Globonews, não perdiam uma oportunidade, nas redações ou em encontros casuais,
de manifestar perplexidade, ou indignação, com o desastre que se avizinhava.
Hoje, cada um deles poderia se gabar: “Eu não disse?” Mas preferiram contar um
desastre como “nunca antes na história deste País”, embalado pelo aparelhamento
do Estado e pela corrupção sistêmica. É tão chocante que, no prefácio, o
ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga adverte: “Se o texto lhe parecer
ficção, a culpa é dos fatos, não dos autores”.
Lula. No Roda Viva, Temer deveria ter respondido sobre a
prisão de Lula com um bordão da ditadura: “Nada a declarar”, acrescentando que
“isso é com o Judiciário, não com o Executivo”. Mas, sabe-se lá por quê,
preferiu admitir que isso causaria “sérios problemas” ao País.
Ele não está falando sozinho. Mesmo na cúpula militar,
que não morre de amores por Lula e o PT, a avaliação é de que não se trata
apenas de Lula, mas da instituição Presidência da República. A prisão de um
ex-presidente é um trauma histórico, principalmente quando ele foi um mito
dentro e fora do País.
Então, Lula não vai ser preso? A resposta é o oposto do
que se pensa. Se for exclusivamente pela questão jurídica, há fortes indícios
de que sim. Se pesar o fator político, não será.
*Publicado no Portal Estadão em 20/11/2016
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