Em função
das chuvas, EPTC mobilizou 250 agentes para orientar os motoristas.
Porto Alegre
enfrenta condições atmosféricas muito adversas desde o fim de semana com chuva
forte a torrencial, e muitos raios, com transtornos para a população. O cenário
de risco que já era antecipado deve persistir por pelo menos mais 36 horas a
contar da tarde desta terça-feira, 18. O risco maior inicial é ainda chuva,
mas, na sequência, passará a ser o vento. O motivo será um ciclone
extratropical que trará forte ventania, mas afastará para o Norte e o Leste as
nuvens mais carregadas que têm sido responsáveis pela chuva muito volumosa.
Toda a
cidade de Porto Alegre já está com precipitação acima da média mensal. Nas 24 horas entre 9h de segunda-feira e 9h de
terça estes foram os registros feitos pela rede de pluviômetros do Sistema
Metroclima:
Lami: 118,8 mm
Belém Novo: 108,6 mm
Restinga: 97,9 mm
São Geraldo: 98,9 mm
Navegantes: 98,2 mm
Floresta: 96,4 mm
Centro: 88,0 mm
Sarandi: 86,6 mm
Glória: 86,2 mm
Lomba do Pinheiro: 82,4 mm
Jardim Leopoldina: 80,7 mm
Chuva - No
restante desta terça-feira e ainda em parte da quarta-feira, 19, especialmente
no período da madrugada e da manhã, persiste o risco de chuva forte a
torrencial em Porto Alegre, até com trovoadas, mas é menor o potencial de
temporal com granizo. O risco de chover forte, até com possibilidade de
alagamentos, permanece em consequência de uma frente fria, associada a um
centro de baixa pressão na área do Rio da Prata, que vai atravessar o Rio
Grande do Sul entre terça e quarta-feira. Na passagem deste sistema, podem
ocorrer ainda grandes volumes de chuva capazes de gerar transtornos,
especialmente porque esta frente encontrará a massa de ar muito quente, úmida e
instável que permanece sobre a parte Sul do Brasil. Segue o alerta quanto à
possibilidade de deslizamento de terra, afinal o solo se encontra saturado e os
terrenos mais instável, de forma que se recomenda atenção para as áreas de
risco em encostas, especialmente no Leste da Capital.
Vento - No
decorrer da quarta-feira o grande risco meteorológico deixará de ser a chuva e
passará a ser o vento. O Rio Grande do Sul há muito tempo não sofre as
conseqüências de um intenso ciclone extratropical, fenômeno comum e recorrente
no Atlântico Sul e que nos últimos meses foi mais frequente em latitudes
próximas da Antártida. Esta trégua está prestes a acabar. Centro de baixa
pressão bastante profundo avançará do Centro da Argentina para o Rio da Prata,
onde deve se intensificar ainda mais com pressão mínima central apenas entre
980 e 985 hPa. Este sistema se converte em um ciclone extratropical intenso
durante a quarta-feira na área do Prata, provocando vento muito forte com
rajadas intensas com potencial até destrutivo em alguns locais. A pressão
atmosférica despencará no Rio Grande do Sul nesta quarta com marcas que podem
ficar ao redor ou mesmo abaixo de 1000 hPa em Porto Alegre.
Na área de Porto Alegre o vento pode soprar com rajadas de
70 a 90 km/h, superiores em alguns pontos, em especial nos pontos altos da
cidade e próximos do Guaíba. Pode exceder os 100 km/h, especialmente sobre o
Norte da Lagoa dos Patos e Guaíba, de forma que a navegação é extremamente
desaconselhável ante o risco alto de naufrágio, sobretudo de pequenas
embarcações.
O potencial de danos e transtornos é altíssimo. O vento
muito forte, que deve soprar com rajadas por muitas horas consecutivas, pode
provocar queda de placas de publicidade e postes, além de causar
destelhamentos. Pode ser registrado um elevado número de queda de árvores em
Porto Alegre, com ameaça de bloqueios de ruas e avenidas. A população deve
estar muito atenta, evitando estacionar automóveis debaixo de árvores e ter
muito cuidado com eventuais cabos ou fios de luz energizados nas ruas.
Na quinta-feira, espera-se nebulosidade variável na cidade.
O sol aparece com nuvens, mas ocorrem períodos de maior nebulosidade. Mesmo que
os modelos não indiquem, não se pode afastar instabilidade localizada e
passageira. As mínimas ficam ao redor de 10ºC, podendo cair a 8ºC ou 9ºC na
Lomba do Pinheiro, e à tarde pode fazer entre 17ºC e 19ºC na maioria dos
bairros.
Trânsito - A
partir das 6h desta terça-feira, 250 agentes de trânsito da Empresa Pública de
Transporte e Circulação (EPTC) foram direcionados para os pontos mais críticos
da cidade, 30 agentes de elétrica e de sinalização também foram mobilizados
para conserto dos semáforos. Algumas
vias apresentaram acúmulo de água, gerando bloqueios ao tráfego, como no
viaduto da Voluntários da Pátria; na Sertório com rua Polar; AJ Renner com
Palmeira Gobbi; Icaraí com Cel. Claudino; e Tramandaí com Leme.
Rede pluvial - O
Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) mobilizou 200 funcionários nas ruas de
Porto Alegre atendendo às demandas em função da quantidade de chuva. Os
principais serviços executados são de limpeza e desobstrução das redes pluviais
e bocas de lobo e monitoramento dos pontos críticos de alagamentos. Apesar do grande volume de chuva, o sistema
de drenagem mostrou-se eficiente. As redes deram vazão necessária às águas,
assim que cessou o pico da precipitação. O resultado deve-se às novas obras
contra alagamentos que se espalham pela cidade e ao serviço constante de
manutenção e conservação das redes pluviais e equipamentos de drenagem.
Meio ambiente - A
Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) registrou 105 pedidos para remoção
de árvores e galhos em decorrência da chuva que cai desde segunda-feira, 17.
Equipes das cinco zonais da Smam (Norte, Sul, Centro, Leste e Extremo-Sul)
trabalharam durante todo o dia nas ruas, priorizando esses atendimentos. A
Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) realiza os serviços que envolvem
as redes de energia elétrica. Em situações de maior risco, a Smam conta com
apoio do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil. Os serviços prosseguirão na
quarta-feira, 19.