sexta-feira, 1 de janeiro de 2021




Covid 19 foi o paraíso para quem tem carteirinha de autoridade local

J.R. Guzzo

O ano de 2020 realmente já vai mais do que tarde – para servir a alguma coisa, na verdade, nem deveria ter vindo. Não é preciso falar do vírus chinês e do desastre que veio com ele; não há “balanço de fim de ano” que não esteja falando disso, de maneira que não existe nenhum risco de que o público fique sub-informado a respeito dessa praga. 

O que marcou 2020 como um ano especialmente horrível, mais do que a Covid-19, foi a incompetência abjeta da maioria das autoridades na gestão do problema — mais o seu oportunismo, sua falsidade e a malversação no uso da palavra “ciência”. 

De forma quase unânime, no Brasil e na maior parte do mundo, o poder público cedeu ao pânico. É natural: diante de situações realmente adversas, governantes que não estão à altura das suas responsabilidades reagem, quase automaticamente, com a fuga. Como poderiam agir com uma coragem que jamais tiveram? Deu no que se sabe: tudo o que os governos fizeram foi voltar à Idade Média, quando o único tratamento que a ignorância e a superstição conseguiam recomendar era que as pessoas ficassem “em casa”. 

A covardia, como se sabe, está sempre pronta a sair do quarto escuro onde é guardada pelas pessoas; basta uma situação mais difícil para se abandonar correndo qualquer tentativa de agir com decência. Governantes de pequeno porte, então, como é o caso da imensa maioria dos nossos homens públicos, são os primeiros a correr para baixo da cama. Ficam ali, dando ordens por cujas consequências não correm o menor risco de responder um dia – principalmente perante a justiça penal. Enquanto isso, o povo que se exploda.

A Covid-19 no Brasil foi uma desgraça para todos, mas foi um paraíso para quem tem carteirinha de “autoridade local” – governadores de estado e prefeito. Por ordem do STF, todos eles ganharam poderes de ditador em seus quintais. Usaram e abusaram da situação de dar todo o tipo de ordem que lhes passou na telha – foram autorizados a impor a lei seca em bares e restaurantes, mandar no horário de funcionamento das cartomantes e gastar dinheiro público em compras sem licitação. 

Numa palavra, receberam essa coisa mágica que tanto fascina os políticos: o poder de dar ou de negar licenças. O público brasileiro sabe tudo a respeito de quanto custa tirar uma licença neste país. 

A ciência, ao mesmo tempo, foi transformada pelas autoridades, pelas elites e pela mídia numa questão de opinião. “Eu acho que dois mais dois são sete; eu acho que o ângulo reto ferve 90 graus”; etc, etc, etc. Em nome do “combate à pandemia” e da “prioridade à vida”, qualquer Zé Mané ganhou o direito de se manifestar como um professor de Medicina sobre o assunto – desde, é claro, que fosse a favor da máscara, do álcool-gel e do “distanciamento social”.

Quando os ministros Lewandowski, Luiz Fux e o resto da turma no STF começam a decidir sobre vacina ou sobre os efeitos da bebida alcoólica em favor do vírus, estamos realmente com um problema: é a ignorância sem limites transformando em lei aquilo que não sabe. Quando a maioria das pessoas e das instituições acha que isso é perfeitamente natural, o problema fica pior ainda. 

Infelizmente, o ano de 2020 não acabou meia-noite do dia 31 de dezembro. Essa gente toda estará ai em 2021. 

 

BOM DIA

Feliz Ano Novo


Machado Filho


Em Tramandai e Imbé, os prefeitos decretaram que não haveria fogos, daqueles que fazem barulho, somente estrelas e aqueles fogos que deixam o céu colorido, principalmente quando chega a meia noite.

Mesmo sendo um bairro de Tramandai, onde começa a Zona Sul, nossa praia, desde cedo, ouviu aqueles terríveis estrondos que mais parecem canhões, estourando no ar. Parecia que estávamos em outro mundo e que, para Tramandai Sul, a lei não vale.

Fora isso e o já famoso e definitivo lixão da Rua Acre, que segue aumentando, o que prova que realmente vivemos em outro mundo, mandamos 2020 embora.

Tirando os detalhes, entramos de corpo e alma em 2021, esperando que 2020 e suas tristezas não voltem nunca mais. Logico que dependemos muito das vacinas que não se sabe quando serão aplicadas. Sabe-se, isso sim, que como já era previsto, tem um monte de gente se aproveitando e enriquecendo com a compra de vacinas, principalmente a chinesa. Ganhar dinheiro enquanto milhões morrem, é muito mais que o fim do mundo. A lei teria que ser duríssima para gente como essa. Mas estamos no Brasil, então....

Mas já que estamos começando um novo ano, vamos torcer para  que tudo seja bem diferente do ano que passou e que a gente possa, pelo menos, viver em paz, sem o tormento de uma ameaça invisível.

O dia está lindo e o mar maravilhoso. E é só 1º de janeiro de 2021.