quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

 



Toffoli desrespeita expertise do MEC para definir o que é educação especial 

Alexandre Garcia 

Esta quinta-feira, 3 de dezembro, é o Dia Internacional das Pessoas Portadoras de Deficiência. Por ironia, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), tomou uma decisão dois dias antes que suspendeu um decreto do Ministério da Educação (MEC) que estabelece novas regras para a educação especial. 

A ação foi apresentada pelo PSB sob a justificativa de que criar turmas especiais apenas para alunos com deficiência prejudica a inclusão dessas crianças na sociedade. Toffoli afirmou que é necessário haver inclusão dos alunos porque todos são iguais. 

A teoria é bonita, mas, na prática, a inclusão de pessoas com deficiência em aulas regulares não funciona. Muitos pais mantêm os filhos em casa porque não há estrutura suficiente no ensino regular público. 

Imagine um aluno superdotado em uma classe regular, em que ele precisa esperar o avanço de todos da sala para poder aprender mais. Ou ainda um aluno surdo-mudo, cujos colegas de sala precisam esperar por ele para compreenderem o restante da matéria. Não dá certo.

Além disso, a maioria dos professores não são qualificados e habilitados para dar aula na linguagem de sinais. No decreto estava previsto que os professores das salas destinadas a pessoas com deficiência teriam que ser bilíngues, no caso, saber português e libras. 

Novamente um partido sem poder de voto no plenário do Congresso Nacional recorre ao STF para derrubar uma iniciativa do governo. É um absurdo tão grande que até o presidente da Corte, Luiz Fux, já se queixou publicamente. Felizmente, a decisão liminar de Toffoli ainda pode ser revertida no plenário do STF.

“Bandidolatria”

Veja só como a “bandidolatria” funciona no país. O noticiário elogia os criminosos quando fala que eles são altamente qualificados, que têm armas modernas, que planejam muito bem os assaltos. Isso ficou evidente nos assaltos em Criciúma (SC) e Cametá (PA).

Mas esquecem de destacar, por exemplo, que os bandidos deixaram para trás 200 quilos de explosivos, que erraram de cofre e não levaram nada em Cametá, que mataram um refém que tentou fugir, pois são cruéis. 

Há ainda o exemplo do policial de Criciúma que reagiu contra os ladrões da janela do seu apartamento e atingiu um bandido com um tiro. Tanto que um dos carros abandonados usados no assalto tinha sangue dentro. 

Imagine a “chuva” de chumbo que cairia sobre esses assaltantes se todo mundo tivesse arma em casa. Eles iam pensar duas vezes em praticar um assalto desses. Iam tratar de buscar outra fonte. As megas apreensões de drogas pelas Polícias Rodoviária Federal e do Paraná está deixando os criminosos sem caixa e, por isso, eles estão apelando para os assaltos a banco. 

Produção de espumantes em alta

Mais um dado de recuperação da economia brasileira. A União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra) divulgou que foram produzidos 4,6 milhões de litros de espumante em outubro. Isso significa 6,13 milhões de garrafas. O produto será distribuído exclusivamente no mercado interno. Isso significa que muita gente está comemorando.


 



PIB cresceu 7,7% no terceiro trimestre, puxado por indústria e serviços

Indústria foi uma das responsáveis 

Apuração em andamento

Puxada pelo crescimento da indústria e dos serviços, a economia brasileira cresceu 7,7% no terceiro trimestre de 2020, na comparação com os três meses anteriores. Os números do Produto Interno Bruto (PIB) foram revelados nesta quinta-feira (3) pelo IBGE.

Ainda que recorde, o crescimento trimestral não foi suficiente para compensar as perdas da primeira metade do ano, provocadas pela pandemia de coronavírus. Segundo o IBGE, o PIB encolheu 1,5% no primeiro trimestre e 9,6% no segundo, na maior queda trimestral da história. 

Indicadores de prazo mais longo evidenciam que a economia brasileira ainda está abaixo dos níveis de um ano atrás. Na comparação com o resultado do terceiro trimestre de 2019, o PIB encolheu 3,9%, informou o IBGE. 

No acumulado dos nove primeiros meses do ano, a geração de riquezas ficou 5% abaixo da registrada no mesmo período de 2019. No acumulado de 12 meses, por sua vez, a retração foi de 3,4%. 

Alta de 7,7% ficou abaixo da esperada pelo governo e perto das projeções mais pessimistas

O avanço de 7,7% no terceiro trimestre ficou abaixo do esperado pelo governo – o Ministério da Economia previa alta de 8,3% no terceiro trimestre sobre o segundo. 

O resultado divulgado pelo IBGE era esperado por parte dos economistas – os mais pessimistas, no caso. Ficou abaixo da média das projeções do mercado, e muito aquém das mais otimistas. 

Consultorias e instituições financeiras consultadas pela agência Bloomberg projetavam crescimento entre 7,4% e 11,2% no PIB, com mediana de 8,7%. Em levantamento do jornal "Valor", as previsões de bancos e consultorias variavam de 7,4% a 9,5%, com mediana de 8,8%.

O resultado do PIB por setores

Sob a ótica da produção (ou oferta), o avanço do PIB na passagem do segundo para o terceiro trimestre foi liderado pela indústria, que cresceu 14,8%, e pelo setor de serviços, que subiu 6,3%. A agropecuária, por sua vez, encolheu 0,5%.

"Entre as atividades industriais, destaca-se o crescimento de 23,7% das Indústrias de transformação. Também houve aumento para eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (8,5%), construção (5,6%) e indústrias extrativas (2,5%)", informou o IBGE. 

Segmento de serviços

Segundo o instituto, todos os segmentos de serviços cresceram. A alta mais forte foi a do comércio, que aumentou 15,9% em relação ao segundo trimestre, seguido por transporte, armazenagem e correio (12,5%); outras atividades de serviços (7,8%); informação e comunicação (3,1%); administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (2,5%); atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,5%); e atividades imobiliárias (1,1%). 

Na comparação dos terceiros trimestres de 2019 e 2020, a agropecuária cresceu 0,4%, a indústria encolheu 0,9% e os serviços apresentaram retração de 4,8%. 

O PIB sob a ótica da demanda: investimentos, consumo, governo e comércio exterior

Sob a ótica da demanda, o maior crescimento veio do investimento produtivo, medido pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que cresceu 11% sobre o segundo trimestre.

O consumo das famílias, impulsionado pelo pagamento do auxílio emergencial, avançou 7,6%, ao passo que as despesas de consumo do governo cresceram 3,5%. No comércio exterior, as exportações de bens e serviços recuaram 2,1% no terceiro trimestre e as importações, 9,6%. 

Na comparação do terceiro trimestre de 2020 com igual período de 2019, as quedas foram generalizadas. Caíram o consumo das famílias (-6%), o investimento (-7,8%), a despesa de consumo do governo (-5,3%), as exportações (-1,1%) e as importações (-25%).