quinta-feira, 12 de novembro de 2020

 



A última razão da diplomacia sempre foi a pólvora. Qual o espanto?

Alexandre Garcia

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a retomada dos testes da vacina chinesa Coronavac, em parceria com o Instituto Butantan, em São Paulo, menos de 24 horas depois de ter suspendido os ensaios por causa de um “evento adverso grave”. Certamente ficou comprovado que o suicídio do voluntário não foi um efeito colateral do imunizante. Menos mal.

Polêmica à toa

O presidente Jair Bolsonaro falou na terça-feira (10) que “quando acabar a saliva tem que ter a pólvora”, em um recado à cobiça internacional sobre a Amazônia brasileira. Ele traduziu uma expressão que todo mundo conhece: a última razão da diplomacia é a pólvora. 

Aliás, só para lembrar, o Brasil só tem o Acre porque tudo começou com a pólvora do Plácido de Castro e terminou com a diplomacia do Barão do Rio Branco.

Ou seja, a fala de Bolsonaro foi um aviso para os que estão de olho na floresta. Não é pelas árvores não, é pelo que está abaixo delas, minerais estratégicos de altíssimo valor.

No mesmo dia o presidente afirmou que temos de deixar de ser “um país de maricas”. Ele quer que o Brasil pare de se preocupar tanto com o coronavírus, e eu concordo. A gente sabe, houve uma histeria exagerada nessa pandemia. 

Segundo o levantamento nacional dos cartórios, se você somar todas as mortes por doenças respiratórias há 30 mil óbitos a mais do que por Covid-19. As pessoas estão deixando de tratar doenças graves por medo de ir aos hospitais em meio à pandemia. Isso é um perigo! 

Fim da judicialização política

O presidente do Supremo, Luiz Fux, disse em palestra há alguns dias que o STF não é um órgão de decisões políticas e sim de decisões legais, constitucionais e jurídicas. Falou que a última instância da política é o Parlamento e não o Judiciário. 

Pois nesta quarta-feira (11), o Supremo rejeitou uma ação do PDT por unanimidade que pedia para afastar o ministro da Economia, Paulo Guedes, do cargo. Um absurdo! O partido deveria se movimentar no plenário do Congresso para alcançar esse desejo e não no tribunal. Parece que depois da fala de Fux houve uma virada na Corte. 

Agora, a Rede também acionou a Justiça Eleitoral, o STF e o Tribunal de Contas da União afirmando que Bolsonaro está usando indevidamente o Palácio da Alvorada para fazer campanha política, pedindo votos para aliados nos municípios. O partido não tem voto para ganhar no Congresso e aí quer judicializar tudo. Assim não dá. 

Voto rápido

Eu afirmei, há mais ou menos um mês, que os votos de Kassio Nunes Marques no Supremo seriam rápidos e durariam cinco minutos no máximo, ao contrário do antecessor, Celso de Mello, que costumava proferir votos longuíssimos. Pois bem, na terça-feira (10), no primeiro voto como ministro, Kassio falou por exatos 93 segundos.