A mensagem ruim que o caso
André do Rap passa às crianças do Brasil
Alexandre Garcia
O plenário do Supremo
Tribunal Federal vai julgar nesta quarta-feira (14) o caso da soltura concedida
ao narcotraficante André do Rap. É basicamente um julgamento do ministro Marco
Aurélio Mello, porque foi ele quem concedeu o habeas corpus ao criminoso ligado
ao PCC.
Quando Luiz Fux,
presidente do STF, anulou a decisão, a pedido do Ministério Público, André do
Rap já havia fugido do Brasil. Vejam só como esse traficante está famoso: o
caso dele será julgado por todos os 11 ministros do ST.
É preciso pensar um pouco
sobre essa situação. O Supremo é uma Corte constitucional. Habeas corpus de
traficante é algo que deveria estar na alçada de juiz de primeira instância.
Percebem o que está acontecendo?
Qual é a mensagem que se
está enviando com essa história para as crianças do Brasil, que em sua grande
maioria não tem muitas chances de ficar rica e famosa, e de aparecer em manchetes
de jornais?
Estamos mostrando para
essa meninada que um traficante ficou famoso e rico. Ele tinha mansão na orla
de Angra dos Reis (RJ), tinha helicóptero e até lancha, além de ter conseguido
enganar a polícia durante cinco anos e agora até um ministro do STF. Péssima
mensagem.
Visita a Fux no STF
Jair Bolsonaro atravessou
a Praça dos Três Poderes nesta terça-feira (14) para visitar o novo presidente
do STF, Luiz Fux. Provavelmente em uma tentativa de manter a harmonia entre os
poderes — alguns ministros da Corte precisam aprender com ele. Os dois
conversaram durante 40 minutos.
Coincidentemente no mesmo
dia em que o decano Celso de Mello, o relator do processo em que Moro acusa
Bolsonaro de interferência na PF, deixou a Corte para se aposentar. Agora,
provavelmente por sorteio, Fux terá que escolher outro relator para esse caso.
Crivella segue na disputa
eleitoral
O prefeito do Rio de
Janeiro, Marcelo Crivella, continua na disputa à reeleição depois de ter
conseguido uma liminar do Tribunal Superior Eleitoral para anular a decisão do
Tribunal Regional Eleitoral do Estado que o tornou inelegível por oito anos.
Crivella participou de um
comício eleitoral do próprio filho em uma quadra de escola de samba, durante as
eleições de 2018, em que trabalharam funcionários da Comlurb, empresa municipal
de limpeza da cidade, o que foi interpretado como abuso de poder político.
Ele disputa o pleito com
Eduardo Paes (DEM), que já foi prefeito do Rio; Benedita da Silva (PT), que já
foi vice-governadora do estado e ministra do governo Lula; e com a delegada
Martha Rocha (PDT), que é deputada estadual da Alerj.
Paulinho da Força
denunciado à Justiça
O Ministério Público
denunciou à Justiça o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP) por
corrupção e lavagem de dinheiro. Ele teria escondido recursos de caixa 2.
Paulinho da Força supostamente cometeu os crimes durante sua campanha de
reeleição a deputado federal em 2010 e quando concorreu à prefeitura de São
Paulo entre 2012 e 2013.
Quantos políticos deixam
de ser investigados por corrupção porque não são pegos ou porque não são
citados nas delações premiadas, como aconteceu com o deputado do Solidariedade?