sexta-feira, 2 de outubro de 2020

 



Bolsonaro vai se arrepender de Kassio Nunes no Supremo. Cedo ou tarde 

J.R. Guzzo 

O nome que se deu como o escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para a vaga que está sendo aberta por estes dias no Supremo Tribunal Federal é o que os agentes das companhias de seguro chamam de “P.T.” – desastre com "perda total". Em relação a ele, a única coisa que o presidente poderia fazer de útil é dizer que foi tudo um mal-entendido – o tal Kassio Nunes Marques, o homem preferido pelas gangues que operam no Congresso e no baixo mundo do poder Judiciário em Brasília, “garantista” ao gosto da esquerda e abençoado por Gilmar Mendes, Toffoli e seus parceiros, tem tudo para ser o herói do pior momento dos quase dois anos do governo Bolsonaro. 

A reação ao anúncio divulgado no noticiário foi mais uma dessas anomalias que a vida pública brasileira de hoje oferece. A maior parte dos que de uma forma ou de outra apoiam o governo achou que o nome é um horror; sua indignação com ele, e com Bolsonaro, ficou evidente de imediato nas redes sociais. 

Quem gostou, vice-versa ao contrário, foi o bonde que circula entre a esquerda nacional e a "Confederação Brasileira da Corrupção Responsável": PT, Centrão , OAB, escritórios milionários de advocacia criminal, garantistas, intelectuais orgânicos, inimigos da Lava Jato, os ministros do STF que se especializam em proteger acusados de corrupção, a mídia que condena tudo o que Bolsonaro faz, etc. Uns, é claro, não dizem em voz alta que apoiam; mas ficam quietos, o que dá na mesma.  

O apoio mais chocante ao nome de Kassio Nunes — que nunca foi juiz, está na magistratura por nomeação de Dilma Rousseff e ficaria no STF pelos próximos 27 anos, até 2047 — veio do seu conterrâneo Ciro Nogueira, senador pelo Piauí e denunciado formalmente em fevereiro de 2020 pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, caso que está enfiado numa gaveta do STF. Precisa dizer mais alguma coisa?

O preferido do senador, além dessa qualificação, tem uma soma de realizações profissionais como jurista equivalente a três vezes zero . É contra a prisão de criminosos após a sua condenação em segunda instância (segundo ele, é preciso “justificar” porque o sujeito teria de ir para a cadeia só porque foi condenado duas vezes) e a favor da construção de mais prédios para esses tribunais superiores que se multiplicam por aí; acha que os seus palácios atuais não são suficientes. 

Logo no começo do governo Bolsonaro circulou no mundo político a notícia de que um dos seus filhos estava para ser nomeado embaixador do Brasil nos Estados Unidos — nada menos que isso. Foi um espanto tão grande que a ideia acabou sendo abandonada. Para o bem estar de todos e felicidade geral da nação, o arrependimento, como aconselhava Santo Agostinho, veio antes do pecado. Aguarda-se, agora, o momento em que Bolsonaro vai se arrepender — se antes ou depois do desastre.


 



Bolsonaro confirma indicação do desembargador Kassio Nunes Marques para o STF

Presidente Jair Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro confirmou, na noite desta quinta-feira (1.º), a indicação do desembargador do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região (TRF-1) Kassio Nunes Marques para a vaga do ministro Celso de Mello, no Supremo Tribunal Federal (STF). No Diário Oficial da União desta sexta (2), a indicação de Bolsonaro ao Senado foi formalizada – embora Celso de Mello só vá se aposentar no dia 13. Só depois disso é que os senadores poderão iniciar os trâmites para aprovar ou rejeitar o nome escolhido pelo presidente

Kassio Nunes Marques, porém, sofre forte resistência da militância e de setores conservadores; do outro lado, é bem avaliado junto a aliados políticos de Bolsonaro no Senado e no próprio Supremo. Assim que for oficializado, o nome de Kassio Nunes será submetido à apreciação do Senado, que vai decidir se aprova ou rejeita a indicação. 

Desembargador Kassio Marques

A primeira escolha de Bolsonaro ao STF foi divulgada pelo presidente em sua live semanal. "Ele é católico e vocês vão gostar do trabalho dele no Supremo Tribunal Federal", resumiu o presidente da República. "Sai publicado amanhã o nome do Kassio Marques para a primeira vaga no STF. Ele está levando tiro. Qualquer um que eu indicasse levaria tiro", disse o presidente, se referindo às críticas feitas ao nome do desembargador.

A sugestão de Bolsonaro para novo ministro do STF surpreendeu principalmente a ala ideológica do governo, que inclusive trabalhou contra a indicação dele nos bastidores. Membros das bancadas evangélica e católica na Câmara dos Deputados iniciaram até uma campanha em favor de outros candidatos ao Supremo, tidos como mais conservadores em comparação ao desembargador Kassio Nunes Marques. Apesar disso, pesou a opinião da ala pragmática do governo. Eles acreditam que a indicação do desembargador do TRF-1 não terá dificuldades em passar pelo crivo do Senado. 

Durante a live, o presidente ratificou que quando for indicar alguém para o lugar do ministro Marco Aurélio Mello, que irá se aposentar do STF em junho de 2021, ele vai priorizar um juiz evangélico. “Eu tenho um tremendo respeito por mais de 30 milhões de evangélicos no Brasil. Quando eu falo que tem que ter um evangélico [no STF], não é só porque é evangélico, mas é porque ele tem que ter conhecimento de causa”, disse o presidente. “Quero que essa pessoa vote de acordo com os interesses dos conservadores, mas que consiga buscar alguma coisa por lá. Eu quero que ele converse [com os outros ministros]”, complementou. 

Segundo informações do Palácio do Planalto, Bolsonaro decidiu oficializar de uma vez a indicação de Kassio Nunes para evitar maiores desgastes ao desembargador junto à opinião pública.

Fonte: Gazeta do Povo

 




Corregedor da Câmara pede continuidade de processo contra Flordelis

Parecer de Paulo Bengtson (PTB-PA) será entregue para Rodrigo Maia (DEM-RJ) e recomenda processo de cassação do mandato de Flordelis


                A deputada Flordelis foi indiciada pela morte do pastor Anderson do Carmo

O corregedor da Câmara, deputado Paulo Bengtson (PTB-PA), afirmou em seu relatório que a deputada  Flordelis dos Santos não conseguiu provar que não quebrou o decoro parlamentar, durante o procedimento aberto na Corregedoria da Casa após uma representação do deputado Léo Motta (PSL-MG) contra a parlamentar, acusada de ser a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo . O parecer de Bengtson, entregue nesta quinta-feira, dia 1º, ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), recomenda a abertura do processo de cassação do mandato de Flordelis.

Na saída da residência de Maia , Bengtson afirmou que a deputada não apresentou provas suficientes que refutassem as acusações. "(O que mais me choca) são as versões diferentes. Então, cada um tem uma versão diferente. Sobre isso, eu tenho dito: parece um roteiro de filme de Hollywood, mas de um bom roteirista", disse ele. "(O parecer) está baseado na ausência de provas do contraditório, ou seja, ela não conseguiu trazer para a Corregedoria provas de que ela não quebrou o decoro parlamentar.