quarta-feira, 23 de setembro de 2020



 



Estudo de anticorpos indica desaceleração da epidemia de coronavírus na maior parte do Brasil 


Pesquisa mostra que a pandemia está sendo reduzida no Brasil

O percentual de brasileiros com anticorpos contra o novo coronavírus caiu de 3,8% em junho para 1,4% em agosto, segundo os resultados da quarta fase da pesquisa Epicovid-19 BR, divulgados na semana passada. Para os autores, os dados mostram que a epidemia está em desaceleração na maior parte do país. 

A Epicovid-19 BR é a maior pesquisa de prevalência da Covid-19 em andamento no país. Os dados da fase mais recente foram coletados entre 20 e 23 de agosto, com a participação de 33.250 pessoas de 133 cidades brasileiras. Assim como nas outras etapas, entrevistadores visitaram residências e fizeram entrevistas e testes rápidos (com uma gota de sangue retirada do dedo) de anticorpos para o Sars-CoV-2, o vírus causador da Covid-19. 

No início da pandemia, especialistas acreditavam que os anticorpos produzidos após uma infecção pelo novo coronavírus permanecessem durante um longo tempo no corpo humano, mas pesquisas mostraram que esse não é o caso. Estudos feitos em vários países mostraram que os anticorpos podem sumir do sangue de pessoas recuperadas da doença em dois ou três meses – mas isso não significa que elas não estão imunes a uma nova infecção, já que os anticorpos são apenas uma parte da defesa contra o vírus. 

"Inicialmente tratávamos a Epicovid como uma filmadora, que poderia mostrar a evolução da soroprevalência no país ao longo da epidemia, de forma cumulativa. Agora sabemos que os anticorpos têm duração limitada e, portanto, o que temos são várias fotografias de momentos diferentes. Embora não seja possível estimar o total de brasileiros que já teve contato com o vírus em algum momento da vida, conseguimos ver com precisão o percentual de pessoas que foram infectadas recentemente e esse número está claramente caindo", explica Pedro Hallal, coordenador da pesquisa, à Agência Fapesp. 

Nas três etapas anteriores – uma concluída em maio e outras duas no mês de junho, nas mesmas 133 cidades – a soroprevalência havia seguido tendência de elevação: 1,9%, 3,1% e 3,8%, respectivamente. A exceção foi a região Norte, onde algumas regiões que foram fortemente afetadas no início da pandemia registraram queda no percentual de pessoas com anticorpos na segunda e na terceira fase do estudo. Outras duas etapas da pesquisa ainda serão realizadas. 

Hallal disse à Agência Fapesp que os resultados da quarta fase mostram claramente a interiorização da pandemia. "Hoje o vírus está muito mais forte nos municípios do interior do que nas capitais – o que é muito diferente do observado nas fases anteriores", comentou. 

O pesquisador destacou que nos primeiros meses da pandemia, a soroprevalência era maior ente pessoas de 20 a 50 anos – aquelas em idade produtiva e que tiveram mais dificuldade de manter o isolamento social. Nesta fase, a proporção diminuiu nesse grupo e aumentou entre crianças e idosos. 

Pessoas de famílias que se encontram entre as 20% mais pobres da população apresentam prevalência mais de duas vezes maior do que a observada entre os 20% mais ricos. Essa tendência não se alterou entre as fases do estudo.  

Houve queda da prevalência de anticorpos entre a população indígena, explicada pela desaceleração da epidemia na região Norte. Pretos e pardos continuam a apresentar maior chance de infecção em comparação aos brancos. 

As cidades com maior soroprevalência na medição mais recente foram as cearenses Juazeiro do Norte (8%) e Sobral (7,2%), seguidas pelas paraenses Santarém (6,4%) e Altamira (5,2%). No estado de São Paulo, as primeiras colocadas são Ribeirão Preto (2,8%), Araçatuba (2%), Campinas (0,8%) e a capital (0,8%).

Fonte: Gazeta do Povo


 



PF cumpre mandados na 75ª fase da operação Lava Jato


Provas apresentadas mostram corrupção e lavagem de dinheiro 

Policiais federais cumprem hoje (23) mandados de busca e apreensão na operação Boeman, a 75ª fase da operação Lava Jato. São 25 mandados que estão sendo cumpridos nas cidades do Rio de Janeiro, de Macaé (RJ), São Paulo, Aracaju e Barra dos Coqueiros (SE). https://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.png?id=1388704&o=nodehttps://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.gif?id=1388704&o=node

Segundo a Polícia Federal (PF), as medidas são resultado de informações repassadas em acordo de colaboração premiada de lobistas que atuavam junto a funcionários da Petrobras e a políticos com influência na estatal. 

As provas apresentadas pelos colaboradores mostram indícios de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro durante processo de contratação de navios lançadores de linha (PLSV) pela Petrobras. 

Segundo a PF, um dos investigados teve acesso a informações privilegiadas da estatal para ter vantagens no processo licitatório. Investigações feitas por autoridades holandesas também teriam constatado ilegalidades no fornecimento desses navios. 

As empresas estrangeiras vencedoras da licitação, posteriormente, subcontrataram uma companhia holandesa para execução do serviço licitado. A companhia holandesa contratada era representada por um empresário brasileiro.

Fonte e Foto: Agência Brasil