1 - Onde estava o sindicato dos Correios
quando a empresa foi saqueada?
Alexandre Garcia
A educação brasileira está
em um ano péssimo. Além de roubar 2020 da gente, o coronavírus roubou o futuro
do país. Como esse tempo de aula perdida vai ser reparado? Não vai!
A maioria das
universidades privadas continuaram com o ano letivo. Mas das 65 universidades
federais, somente seis tiveram aulas a distância. No entanto, não tem como
manter aulas para instituições de ensino público porque elas não têm acesso ao
conteúdo.
Eu conheço um professor
que tem uma filha de um ano e meio que está aprendendo geografia e consegue
identificar no mapa o nome dos países e também já sabe identificar todas as
letras do alfabeto.
Esse pai está aproveitando
que está em casa para antecipar o ensino da filha. Ele mostra que é possível
continuar ensinando os filhos em casa. Mas nem todo mundo é professor, está
trabalhando de casa ou tem tempo de fazer isso.
Há um descuido total do
ensino, abrindo laços na educação ou com o ensino a distância. Tem gente que só
quer comprar o diploma e fazer um concurso de títulos, mas essa pessoa não vai
aprender nada.
A gente vê pessoas com
nível superior que não sabem formar uma frase, expressar ou defender uma ideia,
compreender um texto. Além disso, grandes conglomerados de ensino com sede no
exterior não estão preocupados com o futuro do país e sim com o lucro.
Será que as melhores
pessoas são escolhidas para serem professores nos cursos de licenciatura? Tenho
minhas dúvidas.
Sacrifício em vão
No último domingo (30),
foi o aniversário de 43 anos da morte do sargento Sílvio Delmar Holenbach. Em
1977, ele salvou um menino de 13 anos de um ataque de ariranhas no zoológico de
Brasília e acabou falecendo por conta das mais de 100 mordidas que recebeu dos
animais.
Eu lembro desse caso
porque o menino, chamado Adilson da Costa, não foi digno do sacrifício desse
militar. Décadas depois de ser salvo, ele foi preso duas vezes por desviar
recursos do Postalis, o fundo de previdência dos Correios, e por negociatas com
o PT.
Agora funcionários dos
Correios estão em greve em uma época totalmente inoportuna. Eles decidiram
protestar contra a privatização da estatal, as demissões, entre outras coisas
em plena pandemia.
Eu passei pela sede dos
Correios na segunda-feira (31) e vi sindicalistas estimulando a greve. Mas eu
pergunto a eles: onde estava o sindicato quando estavam roubando a empresa? O
que eles estão fazendo? Tem gente esperando encomendas de compras por
e-commerce. As pessoas já estão em pânico com a pandemia e agora nem as
mercadorias estão chegando.
Não é o momento de parar.
Além disso, os motivos são injustos já que os funcionários dos Correios tinham
vantagens que outros trabalhadores não têm. Estão fazendo exigências que vão
quebrar a estatal.
Os funcionários não querem
que a empresa seja privatizada porque senão ela vai começar a funcionar como
aconteceu com a telefonia e as siderúrgicas. Não vai mais ter paletó pendurado
na cadeira. Com exceção dos carteiros, que são nossos heróis
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2 - STF vira “pé-de-cabra”
para partidos de esquerda arrombarem a vontade da maioria
J.R. Guzzo
A nova lei sobre o
saneamento básico, que acaba de ser aprovada e, nos seus aspectos essenciais,
torna a operação das redes de água e esgoto mais abertas aos investimentos da
iniciativa privada, está sob ataque. Onde? No Supremo Tribunal Federal, é
claro. Por quem? Pelos partidos de “esquerda”, é claro – PT, Psol, PCdoB , PSB,
PDT e os seus arredores. Eles querem que o STF declare que a lei é
“inconstitucional”.
É o grande pé-de-cabra da
safadeza política de hoje: quando os inimigos do atual governo perdem alguma
votação no Congresso, vão correndo à “suprema corte” e exigem que a vontade da
maioria seja anulada. Sabem que está ali, hoje em dia, sua grande chance de
mandar no Brasil sem ganhar eleição.
O sistema atual de
saneamento básico é uma calamidade absoluta: 50% da população brasileira, ou
mais de 100 milhões de pessoas, continuam sem qualquer coleta de esgoto, e
muito menos do seu tratamento, em pleno ano de 2021 – uns 2.000 e tantos anos,
mais ou menos, depois que Roma teve a ideia de começar a sua rede. Há 30
milhões que ainda não tem nem água encanada.
Esse desastre se deve
unicamente a um consórcio que reúne políticos ladrões, sobretudo nas regiões
mais pobres do país, partidos de “esquerda” e os sindicatos de funcionários que
controlam o setor. É tudo estatal. Quem manda são empresas dos governos
estaduais e municipais, que há décadas arrancam verbas do erário e constroem o
mínimo de obras possível.
É o paraíso dos políticos
que empregam nessas empresas os seus parentes, amigos e amigos dos amigos; dos
empreiteiros que querem receber verbas para implantação de redes que não
implantam; e dos PTs da vida, que há décadas vivem como parasitas de estatais.
É claro que ninguém nessa turma quer mudar nada; a entrada a sério da
iniciativa privada na área vai acabar com muitas das suas bocas.
É assim: eles não fazem,
mas não deixam que ninguém faça. Atender a população, no caso, é a última coisa
que pode lhes interessar. Querem cargos na diretoria, contratos de obras e
empregos nas estatais de saneamento. Não querem saber de esgoto e nem de água.
Querem saber de si próprios, só isso. A população que se dane.
É por isso, e por nenhuma
outra razão, que 100 milhões de brasileiros vivem sem esgotos, sujeitos a todo
o tipo de danos à sua saúde, aos seus direitos e a sua dignidade. E é por isso
que quando o Congresso enfim faz uma lei para amenizar o problema – mesmo com
as deformações que foram impostas no seu texto para satisfazer interesses dos
deputados e senadores – o PT, Psol e etc correm para pedir socorro ao STF. Não
aceitam nem isso – e sabem que no momento o melhor lugar deste país para se
fraudar os interesses e a vontade da maioria é o Supremo Tribunal Federal.