Orçamento maior da Defesa
provoca escândalo à toa
Por Alexandre Garcia
A Polícia Federal realizou
uma megaoperação contra traficantes de drogas, coordenada por um juiz de
Pernambuco, na última terça-feira (18). São quatro quadrilhas sustentadas por
quem usa cocaína, principalmente no Brasil e na Europa.
A droga entra no país pelo
Paraguai, sai de Natal (RN) pelo mar para a Europa, sai de Campinas (SP) para a
África de avião e a distribuição nacional é feita pelo sistema rodoviário a
partir do Recife (PE). Há ainda um grande centro financeiro de distribuição no
Brás, em São Paulo.
Foram 50 ordens de prisão
e 139 mandados de busca e apreensão. A polícia apreendeu 42 caminhões, 35
imóveis entre apartamentos, casas e fazendas, sete aviões e cinco helicópteros.
Houve ainda o bloqueio R$ 100 milhões das quadrilhas. Repito: tudo isso
sustentado por quem usa cocaína.
Defesa é importante
O Orçamento destinado aos
Ministérios da Defesa e da Educação está sendo discutido antes mesmo do envio
da proposta pelo governo ao Congresso. Estipula-se R$ 108 bilhões para Defesa e
R$ 103 bilhões para Educação.
A diferença de verba se dá
porque o Ministério da Defesa tem 360 mil militares e o da Educação tem 300 mil
funcionários e professores. A diferença de pessoal na folha de pagamento é
nítida. Mas os dois tem uma tremenda responsabilidade para com o país, um com a
soberania nacional e o outro com o futuro do Brasil.
O Ministério da Educação
deveria ser o “Ministério do Ensino” porque quem dá educação são os pais. A
pasta deveria ter professores mais bem formados e consequentemente melhor
remunerados.
Professor é a principal
atividade, é o profissional que forma o general, o presidente, o médico, o
engenheiro. Mas o ensino básico do país ainda é falho. O ministro da Educação,
Milton Ribeiro, falou que tem jovens que chegam na universidade federal sem
entender conteúdos básicos: não sabem fazer uma regra de três composta, uma
equação de segundo grau, não tem muita noção de história antiga e
contemporânea, não sabe formar uma frase e nem interpretar texto.
Quanto ao orçamento da
pasta da Defesa, o país tem que proteger o pré-sal, as riquezas marítimas, a
grande riqueza amazônica, as fronteiras para evitar contrabando de drogas e
armas, e ficar atento a vizinhos complicadíssimos, como a Venezuela.
O país que deseja ser
respeitado precisa de uma boa força de defesa. O Brasil precisa comprar mais
equipamentos marítimo, aéreo e terrestre. Ou seja, os dois ministérios são
importantes.
Cada um no seu quadrado
O Conselho Nacional do
Ministério Público existe exatamente para examinar denúncias de abuso de poder
por parte de procuradores. Mesmo assim, Deltan Dallagnol não será julgado por
ordem do STF.
Todos precisam ficar
dentro do seu quadrado. Por exemplo, um ministro do Supremo precisa ser isento.
No momento em que um deles palpita sobre figuras políticas brasileiras, perde a
isenção para julgar essa pessoa.