O compromisso de Bolsonaro
com o teto de gastos e as privatizações
Por Alexandre Garcia
O presidente Jair
Bolsonaro afirmou em pronunciamento que as privatizações continuam sendo
prioridades do seu governo e que o teto de gastos será respeitado, com a
colaboração da Câmara e do Senado. Ele se reuniu nesta quarta-feira (12) com
Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre e Paulo Guedes, entre outros ministros.
A fala de Bolsonaro se deu
para acalmar o mercado, depois que dois secretários deixaram os cargos no
Ministério da Economia alegando que a reforma administrativa e as privatizações
não eram uma prioridade e não estavam sendo levadas adiante. O presidente da
República lamentou as perdas.
Muita gente deixou a
equipe econômica porque não aguentou as pressões corporativas e burocráticas,
de interessados e de políticos. Não é fácil mesmo.
Logo que foi promulgada a
Carta de 1988, o ex-presidente José Sarney afirmou em entrevista, a mim, que
com essa constituição o país se tornaria ingovernável. Isso porque se o
Legislativo ou o Judiciário não permitirem, o presidente não governa. A
Constituição esqueceu do presidencialismo legítimo.
Mudança na
liderança do governo
Bolsonaro tirou Victor
Hugo (PSL-GO) da liderança do governo na Câmara. O deputado continua leal a
ele, mas ainda está no primeiro mandato. O governo está precisando de um bom
articulador com experiência.
No lugar de Victor Hugo
entra o deputado Ricardo Barros, que está no sexto mandato. Ele foi o mais
jovem prefeito de Maringá, o pai dele também já foi prefeito da cidade. A
mulher de Barros, Cida Borghetti, já foi governadora do Paraná.
Além disso, ele foi
ministro da Saúde no governo Michel Temer e é engenheiro — mais um ministro da
Saúde que não é médico. Ele revisou 2 mil contratos na pasta e economizou para
o contribuinte R$ 5 bilhões.
Grande dia
Bolsonaro esteve em São
Paulo para a cerimônia de embarque da ajuda humanitária ao Líbano. A comitiva
liderada pelo ex-presidente Michel Temer vai voar em dois aviões importantes da
indústria aeronáutica brasileira
Um deles é o grande
cargueiro KC-390 e o Emb-190. Eu já estive nos dois aviões e eles são uma
maravilha. É uma propaganda para o país, mas também uma conquista do
presidente.
Além da missão humanitária
importante, é preciso considerar que há 12 milhões de libaneses e descendentes
morando aqui no Brasil e que Michel Temer foi seis vezes presidente do MDB.
Além disso, no mesmo dia
em que o ex-presidente vai para a ação humanitária, um ex-ministro dele se
torna líder do governo na Câmara. É uma grande movimentação no xadrez político
por parte do presidente da República.
Bolsonaro terminou o dia
trazendo para a residência oficial os presidentes da Câmara e do Senado para
conseguir apoio ao controle do teto de gastos. Foi um grande dia para Jair
Bolsonaro.
Doria com
Covid-19
Mas não foi um grande dia
para o governador de São Paulo, João Doria, que testou positivo para
coronavírus. Ele afirmou que ainda não está com os sintomas da doença,
provavelmente já foi medicado com cloroquina, como o seu “médico para assuntos
de Covid”, David Uip, que foi infectado antes.
O governador deu uma
declaração ao Correio Braziliense. A manchete do jornal foi “Quem defendeu
vidas, foram os governadores”, ou seja, Doria assumiu a responsabilidade pelos
2,25 milhões recuperados e pela morte de 103 mil pessoas.
Insisto na
minha tese
Os russos saíram na frente
no mercado da vacina contra o novo coronavírus. Imagina quantos milhões de
doses vão ser necessárias para imunizar o mundo e quanto tudo isso vai custar.
Agora se entende porque fizeram campanha contra a hidroxicloroquina.
Os remédios do protocolo
precoce são muito mais baratos. Os fabricantes de vacina queriam que as pessoas
esperassem e pagassem mais caro pela imunização da Covid-19. Obviamente é isso.