sábado, 1 de agosto de 2020




Fiocruz: 100 milhões de doses de vacina contra covid-19
Fundação fez parceria com farmacêutica britânica AstraZeneca

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Ministério da Saúde, e a farmacêutica britânica AstraZeneca assinaram ontem (31) um termo que dará base para o acordo de transferência de tecnologia entre os laboratórios e a produção de 100 milhões de doses da vacina contra a covid-19, caso seja comprovada a sua eficácia e segurança. O medicamento está sendo desenvolvido pela empresa do Reino Unidos em conjunto com a Universidade de Oxford e já está em fase de testes clínicos no Brasil e em outros países.

O acordo entre Fiocruz e AstraZeneca é resultado da cooperação entre os governos brasileiro e britânico, anunciado em 27 de junho pelo Ministério da Saúde. A assinatura do acordo de encomenda tecnológica está prevista para a segunda semana de agosto e deve garantir o acesso a 30 milhões de doses da vacina entre dezembro e janeiro de 2021 e 70 milhões ao longo dos dois primeiros trimestres do próximo ano.

Em nota, o Ministério da Saúde informou que prevê um repasse de R$ 522,1 milhões na estrutura de Bio-Manguinhos, unidade da Fiocruz produtora de imunobiológicos, para ampliar a capacidade nacional de produção de vacinas. Outros R$ 1,3 bilhão são despesas referentes a pagamentos previstos no contrato de encomenda tecnológica. Os valores contemplam a finalização da vacina.

O memorando de entendimento assinado nesta sexta-feira (31) define os parâmetros econômicos e tecnológicos para a produção da vacina da covid-19 e, de acordo com o ministério, garante a incorporação da tecnologia em Bio-Manguinhos para que o Brasil tenha condições de produzir a vacina de forma independente.

A Fiocruz recebeu informações técnicas fornecidas pela AstraZeneca necessárias para a definição dos principais equipamentos para o início da produção industrial. A instituição brasileira também colocará à disposição sua capacidade técnica para a aceleração do escalonamento industrial da vacina junto a outros parceiros.

De acordo com o Ministério da Saúde, ao mesmo tempo a Fiocruz constituiu um comitê de acompanhamento técnico-científico das iniciativas associadas às vacinas para a covid-19, com a participação de especialistas da Fiocruz e de instituições como as universidades de São Paulo (USP) e as federais do Rio de Janeiro (UFRJ) e de Goiás (UFG).

A vacina produzida por Bio-Manguinhos será distribuída pelo Programa Nacional de Imunização, que atende o Sistema Único de Saúde (SUS). O acordo com a AstraZeneca permitirá, além da incorporação tecnológica desta vacina, o domínio de uma plataforma para desenvolvimento de vacinas para prevenção de outras enfermidades, como a malária.

Fonte: Agência Brasil





André Brandão sera o novo presidente do Banco do Brasil


De acordo com um integrante da equipe econômica, o governo considera que Brandão tem perfil 'experiente, técnico e apolítico'.

André Brandão, atual presidente do banco HSBC no país, aceitou convite do governo para presidir o Banco do Brasil. Ele vai substituir Rubem Novaes, que deixou o cargo na semana passada.

De acordo com uma fonte da equipe econômica, ainda faltam alguns detalhes burocráticos para o anúncio oficial de Brandão. Um dos pontos que pesaram a favor da escolha do executivo é o fato de ele ter um perfil considerado como semelhante ao do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

"Um banqueiro jovem, mas bastante experiente, técnico, discreto e apolítico", explicou o integrante da equipe econômica do governo.

Fonte: G1




O vira-latas


Por Alexandre Garcia

O tempo passa e nós não aprendemos. Continuamos subservientes, orelhas encolhidas, rabinho entre as pernas, com complexo de vira-lata, sobre tudo que o estrangeiro inventa contra nós. Pior é quando tem aqui dentro a cumplicidade que aplaude e infla a conspiração, fingindo que não sabe que tudo se trata de business.

Não servem os exemplos de Pedro Teixeira, que subiu o Amazonas, empurrando para os Andes os que não falavam a língua lusitana; de Floriano, que ameaçou receber os metidos da esquadra inglesa à bala; de quando peitamos os franceses, que vinham buscar lagosta no nosso mar territorial. Hoje eles têm um trigal contínuo, entre o Sena e o Loire, e ninguém sugere que antes de falar de Amazônia, reflorestem 20% de cada lavoura, como aqui se faz.

No dia do agricultor, celebrado nesta terça-feira (28), assistimos o país silente, ouvindo ameaças de estrangeiros que, sabemos, é tudo questão de money, argent, Geld. Querem atingir o nosso negócio mais próspero, mais atualizado; o nosso futuro de fornecedor de alimentos para o mundo. Querem pôr esses tupiniquins de Pindorama no seu devido lugar, de colônia fornecedora.

Nossa soja e nossa carne crescem em produtividade e, claro, em competitividade - onde já se viu querer superar os grandes, os adiantados, que têm dinheiro para aplicar aqui?

Os chineses agora alegam que nossa carne pode levar o corona de volta; nem se preocupam que possamos rir da ironia de que o vírus saiu de um mercado de animais em Wuhan? E nós nos encolhemos, mesmo ante a evidência de que eles têm 1 bilhão e 330 milhões de bocas para alimentar, e precisam de proteína. E vêm banqueiros brasileiros - brasileiros, gente! - pressionar produtores de carne que já reservam 80% de suas propriedades como proteção ambiental na Amazônia.

O Brasil é o continente que é por causa do Pedro Teixeira, Fernão Dias, Juscelino - e de milhões de brasileiros que semearam suor na vastidão e colhem a comida que vai para as mesas do Brasil e de boa parte do mundo.

Antes de Cabral chegar, tínhamos menos de dez por cento das florestas do mundo; hoje temos quase trinta por cento, porque o mundo destruiu suas matas e agora, como sempre, continua de olho nas nossas riquezas.

Até se compreende essa estratégia de negócios. Mas não se pode compreender a cumplicidade de brasileiros nisso.