sexta-feira, 24 de julho de 2020




Taxa de cura da Covid é 50% 
maior em hospitais privados
Pacientes da Covid-19 internados em hospitais privados tem taxa de cura 50% maior que nos hospitais públicos, segundo levantamento da Folha de S. Paulo com base no Sistema de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde. A média mostra que 51% dos doentes hospitalizados em unidades particulares sobrevivem ao vírus, taxa que cai para 34% nas estruturas públicas. Os dados se referem a pacientes graves, sendo 66.450 em hospitais públicos e 57.883 em hospitais privados. Segundo a Agência Nacional de Saúde (ANS), 47 milhões de brasileiros têm plano de saúde, 20% da população.

Receita abre consulta ao terceiro 
lote de restituição do IRPF
A Receita Federal abre nesta sexta-feira (24) a consulta ao terceiro lote de restituição do IRPF/2020. O crédito bancário para quase 4 milhões de contribuintes será realizado no dia 31 de julho, totalizando o valor de R$ 5,7 bilhões. Na restituição são contemplados contribuintes com prioridade legal, como idosos acima de 80 anos, pessoas entre 60 e 79 anos, contribuintes com alguma deficiência física ou mental e ainda profissionais da área da educação. Foram contemplados ainda quase 3 milhões de contribuintes não prioritários que entregaram a declaração até o dia 28 de março. A consulta pode ser feita neste link ou pelo aplicativo da Receita.

Após denúncia, Alckmin deixa 
pré-campanha de Bruno Covas
Após a denúncia do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) de receber R$ 11,3 milhões de financiamentos ilícitos para campanhas, o ex-governador Geraldo Alckmin deixou o posto de coordenador do plano de governo da pré-campanha do prefeito Bruno Covas (PSDB) à reeleição. Alckmin e Covas conversaram logo após a confirmação de que a denúncia havia sido protocolada. "Ele mesmo pediu para se afastar da campanha para que possa focar na sua defesa. Tenho certeza que ele vai comprovar sua inocência", afirmou o prefeito. "Depois de 42 anos de vida pública, Alckmin tem um patrimônio menor do que quando começou suas atividades", disse Covas.

Serra tenta suspender investigação 
sobre caixa 2 no Supremo
A defesa do senador José Serra (PSDB-SP) apresentou reclamação ao STF na tentativa de barras as investigações sobre suposto caixa 2 para sua campanha em 2014. Os repasses seriam de R$ 5 milhões. A tentativa de suspender as apurações se baseia na alegação de violação da prerrogativa de foro: segundo os advogados, citam fatos relacionados ao mandato atual do tucano. Segundo o blog do jornalista Fausto Macedo no Estadão, a defesa de Serra alega que a Justiça Eleitoral autorizou apenas medidas que atingem fatos e acontecimentos posteriores às eleições de 2014. Apesar disso, a operação deflagrada pela PF da qual Serra foi alvo na segunda-feira (21) teria se embasado em propostas do parlamentar apresentadas entre 2015 e 2020.

Mandetta passou mais tempo espalhando 
pânico do que trabalhando, diz Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, ao afirmar nesta quinta-feira (23) que ele passou mais tempo "com terror" do que trabalhando. Na transmissão semanal ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro disse que Mandetta espalhou pânico em entrevistas, ao afirmar que "vai ter caminhões de corpos" com a Covid-19. A retomada da crítica de Bolsonaro ao ex-ministro da Saúde é feita um dia depois de o ex-titular da pasta afirmar que pretende se candidatar a presidente em 2022, em entrevista à Band News TV. Bolsonaro ainda atacou os governadores de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), e do Rio, Wilson Witzel (PSC). Segundo ele, os dois se elegeram usando seu nome. Ambos respondem a processos de impeachment nas respectivas Assembleias Legislativas. Bolsonaro disse também que não pode sair nas ruas por temer ação judicial. O presidente voltou a testar testou positivo no terceiro exame que fez para detectar o novo coronavírus.




Que diferença faz acabar com o foro 
privilegiado se o STF sempre dá seu “jeitinho”

Por J.R. Guzzo

Se estivesse interessado em dar ao público a impressão de que é um bom brasileiro, e fazer isso a preço de custo, sem risco nenhum para si mesmo ou para a sua clientela, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia , bem que poderia liberar para votação o projeto de lei que acaba com o foro privilegiado para políticos e outros peixes graúdos da vida nacional.

Ele daria, se fizesse o gesto, um contrapeso à sua imagem de Patrono Emérito dos deputados e senadores ladrões, que construiu em boa parte por causa de sua recusa em levar o projeto ao plenário: há quase dois anos está segurando em sua gaveta a votação da lei que acabaria com metade da atração que a política brasileira tem hoje para corruptos, gangsters e malfeitores em geral.

O risco, como dito acima, é baixo. Em primeiro lugar, o projeto pode não ser aprovado, dada a quantidade de gente ruim que há no plenário – ou acabar tão desfigurado por “emendas” que não vai valer nada. Além disso, mesmo que o fim da impunidade para a bandidagem seja aprovado, o Supremo Tribunal Federal está aí para resolver qualquer problema.

O ministro Dias Toffoli, como se sabe, acaba de proibir a Polícia Federal de entrar no gabinete do senador José Serra (PSDB-SP), acusado de caixa dois nas eleições de 2014 ao Senado. Vai continuar proibindo, com lei ou sem lei do foro privilegiado; que diferença faz, então? O STF, simplesmente, vai declarar que a lei que acabaria com o direito dos políticos a não serem investigados como os demais cidadãos brasileiros é “inconstitucional”.

Se alguém tentar punir algum deputado ou senador que roubou do Erário (ou cometeu qualquer outro tipo de crime, inclusive homicídio qualificado), estará ameaçado pelo ministro Celso de Mello de ser levado “debaixo de vara” perante o Excelso Pretório. Poderá se ver enfiado no inquérito secreto que o ministro Alexandre de Moraes promove contra os inimigos da “democracia”. Correrá o risco de receber um exemplar da Constituição da ministra Rosa Weber, junto com uma aula de moral e cívica.

Rodrigo Maia pode estar deixando de lado uma bela oportunidade de ficar bem na foto.